quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Estudo revela alta mortalidade de bebês de adolescentes

 

Por Clarissa Thomé | Agência Estado –  12 horas atrás

http://br.noticias.yahoo.com/estudo-revela-alta-mortalidade-beb%C3%AAs-adolescentes-224000817.html

A cada 24 horas, nove crianças com menos de um ano de idade, filhos de adolescentes, morrem no Brasil. Em 2009, morreram 42.684 bebês - 20% deles eram filhos de meninas de 10 a 19 anos. Os dados fazem parte do levantamento "Estudo sobre as políticas públicas de proteção à saúde infantil e materna no Brasil: um olhar especial para os filhos de mães adolescentes", divulgado hoje pela organização não-governamental (ONG) Visão Mundial, no Recife.
 
"Estamos falando do direito à sobrevivência e ao desenvolvimento da criança e do adolescente. Porque esses números mostram que houve dupla violação. Trata-se de uma morte infantil que não deveria acontecer e da violação aos direitos da adolescente, que não tem uma política pública focada na sua particularidade, que é a de uma mulher em desenvolvimento", afirmou a assistente social Neilza Costa, coordenadora técnica do estudo.
 
Os pesquisadores se debruçaram sobre dados do Sistema Único de Saúde e de outras fontes, como o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Foi possível observar, por exemplo, que, embora a gravidez na adolescência venha diminuindo nos últimos anos - 20% entre 2003 e 2009 -, esse fenômeno se concentrou na faixa etária de 15 a 19 anos. "Entre as adolescentes de 10 a 14 anos está aumentando a gravidez como também está aumentando a quase 1% ao ano o número de óbitos do bebê filho dessa adolescente", disse Neilza.
 
O estudo cita um dado de 2007, quando meninas de até 14 anos foram mães de 28 mil crianças. "Desses, 625, 628 morrem antes de completar um ano. Não é um número descartável." O levantamento mostra ainda que nem todos esses bebês representam a primeira gestação - para 233 meninas aquela era a segunda gravidez.
 
O levantamento traça também o perfil da grávida adolescente: são de famílias empobrecidas, mais da metade delas são negras ou pardas e 49% estão no Norte e Nordeste. O Sudeste tem o menor registro de mãe adolescente (16,56%), seguido pelo Sul, com 19,85%. A média no Brasil é de 19,92%. "O número de filhos de adolescentes que morre é muito grande, e 60% dessas mortes são evitáveis. São crianças que morrem desnecessariamente como expressão das desigualdades sociais", afirmou Neilza.
 
O estudo faz parte dos esforços da campanha "Saúde para as Crianças Primeiro", da ONG Visão Mundial. "É preciso que o Ministério da Saúde tenha programas específicos para captar mais cedo essa menina para que ela faça o pré-natal e que tenha um pré-natal diferenciado, multidisciplinar", defendeu Neilza.
 
Defesa
Ana Luiza Lemos Serra, coordenadora substituta de atenção à saúde do adolescente do Ministério da Saúde, disse que a pasta tem iniciativas voltadas para esse público, como o Programa de Saúde na Escola e distribuição de cinco milhões de cadernetas de saúde do adolescente, com instruções para o autocuidado. Mas a grande dificuldade tem sido sensibilizar o profissional de saúde.
"Enfrentamos uma barreira que é a questão ética e moral. Alguns profissionais não concebem que uma adolescente de 11 anos possa ter relações sexuais e impedem o acesso ao contraceptivo, à informação. A gente lida com uma questão de valores. Estamos atuando para sensibilizar esse profissional para que tenha um olhar diferenciado", afirmou.

Brasil 'descumprirá meta do milênio para mortalidade materna', diz estudo

O Brasil deixará de cumprir uma das chamadas metas do milênio para a saúde pública porque o ritmo de redução na mortalidade materna foi medíocre na última década, indica um estudo publicado nesta terça-feira na Grã-Bretanha. Embora o país tenha avançado na redução da mortalidade de mulheres por conta de complicações com o parto ou a gestação, o lento ritmo de melhora significa que o país chegaria com 25 anos de atraso às metas que deveria cumprir já em 2015.
A pesquisa foi coordenada pelos professores Rafael Lozano e Christopher Murray, do Instituto de Métrica e Avaliação da Saúde (IHME, na sigla em inglês) da Universidade de Washington, Seattle, nos Estados Unidos, e publicada na revista científica britânica The Lancet.

Os pesquisadores calcularam estimativas para o ano de 2011 levando em conta fontes de dados relevantes que haviam ficado de fora de análises anteriores, como registros de nascimento e óbito, pesquisas nacionais, censos e levantamentos feitos pelas autoridades de saúde.

Segundo as estimativas mais recentes, mais de 65 mulheres em cada 100 mil parturientes morrem no Brasil em decorrência de problemas na gestação ou no parto. Nos últimos onze anos, quando o mundo viu uma redução anual de 3,6% nesta estatística, no Brasil o ritmo foi de apenas 0,3%.

Um dos autores do estudo, Haidong Wang, professor-assistente de Saúde Global do IHME, disse à BBC Brasil que o combate à mortalidade materna teve bons resultados no Brasil entre 1990 e 2000. No período, a taxa caiu de 85,9 para 67 em cada 100 mil, uma redução anual de cerca de 2,5%.

Entretanto, disse Wang, esse avanço foi contido na década seguinte pela epidemia de gripe H1N1 e pela alta percentagem de mulheres que fazem partos cesarianos, nos quais há maior risco de complicações que podem levar à morte.
 "Quando a epidemia de gripe se espalhou, em 2009, matou muitas mulheres que, se não estivessem grávidas, teriam uma grande chance de ter sobrevivido", afirmou. "A epidemia de H1N1 foi um alerta pela necessidade de dar mais atenção tanto a doenças infecciosas, que podem afetar as mulheres durante a gravidez, como a outros fatores crônicos como obesidade."

Metas do milênio
O estudo avaliou o avanço dos países emergentes no cumprimento de duas das metas do milênio, que os países se comprometeram a cumprir até 2015.
Globalmente, a pesquisa estima que o número de mortes relacionadas ao parto caiu de 409 mil para 273 mil entre 1990 e 2011. As mortes de crianças com menos de cinco anos de idade diminuíram de 11,6 milhões para 7,2 milhões no mesmo período.

Apesar do avanço, apenas nove de 137 países emergentes fizeram progressos suficientes para alcançar os objetivos nestas duas áreas: China, Egito, Irã, Líbia, Maldivas, Mongólia, Peru, Síria e Tunísia.
Como o Brasil, 124 chegarão a 2015 sem ter reduzido em 75% a mortalidade materna entre 1990 e 2015, estimam os pesquisadores.
Já o objetivo de diminuir em dois terços a mortalidade entre crianças menores de cinco anos entre 1990 e 2015 seria alcançada por 31 nações emergentes.
No aspecto da mortalidade infantil, o Brasil é apontado como uma "história de sucesso".
A pesquisa estimou em 1990 o Brasil tinha uma mortalidade infantil entre crianças menores de 5 anos de 53 para cada mil nascidas vivas. Dez anos depois a taxa havia caído para 31,5 e chegou neste ano a 20,9.
Em números absolutos, isso significa que a mortalidade tirou a vida de 193 mil crianças em 1990 e deve tirar a de 63 mil neste ano.
 "Achamos que parte disso tem a ver com o esforço do governo de prover acesso universal à saúde. Foi depois da implementação deste princípio na Constituição de 1988 e na reforma de 1996 que registramos a taxa mais rápida de declínio nas mortes de crianças com menos de cinco anos", afirmou Wang.

http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/bbc/2011/09/20/brasil-descumprira-meta-do-milenio-para-mortalidade-materna-diz-estudo.jhtm?cmpid=facebook

terça-feira, 20 de setembro de 2011

MPF defende privacidade em exames em hospital universitário de Rio Grande




Uma gestante de alto risco teve procedimento ginecológico negado pelo Hospital Universitário Miguel R. Corrêa Junior porque impediu que estudantes de medicina da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG) acompanhassem o exame. O Ministério Público Federal moveu ação civil pública, julgada improcedente tanto pela Vara Federal de Rio Grande quanto pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Agora, a Procuradoria Regional da República da 4ª Região (PRR4) apela para que o Supremo Tribunal Federal (STF) mude o entendimento.

O procurador Carlos Eduardo Copetti Leite, autor do recurso, considera que negar atendimento ao paciente que recusa o acompanhamento discente contraria direitos fundamentais como direito à dignidade, à intimidade e à saúde. Segundo ele, a questão transcende o interesse subjetivo da causa. "O objetivo da ação civil pública não é impossibilitar todo e qualquer acompanhamento de estudantes em exames médicos, mas tão somente quando o paciente sinta-se constrangido, humilhado e violado na sua intimidade", afirma.

Para a Justiça, o bem maior a ser protegido neste caso é o da excelência do ensino médico, que privilegia o interesse público de todos os cidadãos que necessitam de cuidados hospitalares. Copetti argumenta que "o grau de realização do direito fundamental ao ensino dos estudantes de medicina não é tamanho a ponto de justificar a não realização ou a restrição do direito à saúde, à intimidade e à dignidade da paciente".

O procurador acrescenta que o hospital da FURG é credenciado ao Sistema Único de Saúde (SUS), sendo remunerado por todos cidadãos para a realização de seus fins. Portanto, o ensino da medicina não pode ser obstáculo à realização de consultas e exames. Além disso, a instituição é referência em relação ao acompanhamento pré-natal de casos de alto risco: é o único em Rio Grande em que tal serviço é oferecido pelo SUS. "Exigir a busca por outra instituição seria até agravar a situação dos interessados, fazendo com que eles dispensem recursos que não possuem para o deslocamento, sendo justamente a hipossuficiência a razão que os leva a procurar um hospital público naquela localidade", defende.    
Acompanhe o caso no TRF4:

Apelação Cível Nº 5001945-73.2010.404.7101

Fonte: Ascom PRR-4.
http://www.prrs.mpf.gov.br/app/iw/nti/publ.php?IdPub=61529

Experiência do Curumim em reunião da ONU


Nos próximos dias 18 e 19 de setembro, o trabalho da ONG pernambucana Grupo Curumim junto às parteiras tradicionais do Brasil será apresentado como experiência exitosa de melhoria de atenção à saúde da mulher em reunião organizada por agências das Nações Unidas, em Nova York. A Dra. Sandra Valongueiro, pesquisadora da UFPE, fará a apresentação. O encontro tem como objetivo discutir dois dos principais desafios para os países alcançarem as Metas de Desenvolvimento do Milênio (ODM), a redução da mortalidade materna e da mortalidade infantil. A reunião também visa convocar atores-chave de diversos países que podem acelerar a qualidade da atenção à saúde reprodutiva e neonatal, especialmente através de programas com parteiras tradicionais nas comunidades, o que abarcaria as áreas de obstetrícia, planejamento familiar e de prevenção de HIV / DSTs.  Os participantes são os chefes das agências da ONU; Ministros da Saúde;  representantes da sociedade civil, particularmente de organizações de mulheres e profissionais de saúde.

A reunião – As agências do sistema ONU estão convidando em especial oito países (Afeganistão, Bangladesh, República Democrática do Congo, Etiópia, Índia, Moçambique, Nigéria e República Unida da Tanzânia), os quais apresentam elevados índices de morte materna e infantil. Usando dados de sete destes países, os participantes vão discutir meios para preencher lacunas financeiras, material e em recursos humanos. O objetivo é que os países estejam suficientemente financiados e apoiados para implementar intervenções de enfrentamento do problema, o que inclui o envolvimento das mulheres no desenvolvimento destas soluções. O avanço desses países poderia prevenir cerca de 4,1 milhões de mortes de crianças menores de cinco anos de idade e cerca de 195.000 mortes maternas a cada ano.

O trabalho com parteiras – Há mais de duas décadas, o Grupo Curumim desenvolve o programa Parteira. Este incide nas definições de políticas públicas de saúde do país para a inclusão do parto domiciliar assistidos por parteiras tradicionais no conjunto da atenção integral à saúde da mulher no Brasil. O projeto já trabalhou com mais de duas mil parteiras tradicionais, indígenas, quilombolas e Agentes Comunitários de Saúde (ACS) nos estados do Acre, Amazônia, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Mato Grosso, Góias, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais e Paraná.

“O trabalho com as parteiras tradicionais é importante para que as ações de saúde reprodutiva e especialmente obstétrica, propostas pelos governos, tenham adesão da comunidade, já que as parteiras em suas localidades representam uma importante liderança. O trabalho com parteiras tradicionais que o Grupo Curumim propõe visa fazer com que as parteiras tradicionais sejam um elo entre os serviços públicos de saúde e a comunidade”, afirma Paula Viana, coordenadora do programa Parteiras, do Grupo Curumim.

Pesquisa do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) revela que o mundo tem carência de cerca de 350 mil parteiras, resultando na morte desnecessária de milhares de mulheres e de aproximadamente um milhão de bebês todos os anos. A organização Save the Children, por sua vez, calcula em 48 milhões o número de mulheres que, anualmente, dão à luz sem auxílio adequado, aumentando os riscos de morte tanto da mãe quanto do recém-nascido. 


Paula Viana
Grupo Curumim
Recife - Pernambuco - Brasil

domingo, 7 de agosto de 2011

Pesquisa Nascer no Brasil é tema de seminário na Unicamp

ENSP, publicada em 05/08/2011

A pesquisa Nascer no Brasil - Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento, que estuda as condições de parto e nascimento no Brasil por meio de um inquérito com 24 mil puérperas em todo o Brasil, será apresentada na Unicamp no dia 11 de agosto de 2011, das 14 às 17 horas. O projeto Nascer no Brasil: Inquérito sobre Parto e Nascimento é coordenado pela pesquisadora do Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde da ENSP (Demqs), Maria do Carmo Leal.

Realizada em conjunto com a ENSP/Fiocruz, a apresentação tem como objetivo divulgar a pesquisa e apresentar os principais aspectos metodológicos e logísticos do estudo, além de discutir e sensibilizar a comunidade científica e a sociedade sobre as condições do nascimento no Brasil e as estratégias para melhorar a qualidade da assistência às mulheres e recém-nascidos. A atividade é voltada para pesquisadores, profissionais de saúde, estudantes, movimentos de mulheres e demais interessados.

O evento é aberto e gratuito e as inscrições devem ser feitas pelo e-mail sabrinamv79@gmail.com, aos cuidados de Sabrina.

Programação:
14 horas - Recepção
14h30 - Abertura
14h45 - Pesquisa Nascer no Brasil: Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento
por Maria do Carmo Leal (ENSP/Fiocruz)
15h15 - Comentários:
Antonieta Keiko Kakuda Shimo (FCM/Unicamp)
Denise Bueno Parto do Principio (Campinas)
Carmem Simone Grilo Diniz (FSP/USP)
17 horas - Encerramento

Local:
Salão Nobre da Faculdade de Ciências Médicas/Unicamp
Rua: Tessália Vieira de Camargo 126 - Cidade Universitária Zeferino Vaz - Campinas/SP

domingo, 3 de julho de 2011

MPF quer que conselho reconheça obstetrizes como enfermeiros

29 de junho de 2011

O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo enviou uma recomendação nesta quarta-feira ao Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) para que o órgão considere como enfermeiros os portadores de diploma de Obstetrícia. Para isso, o MPF determinou que conselho revogue a resolução que proíbe a inscrição de obstetrizes nos conselhos regionais de enfermagem.
A medida beneficia os estudantes de Obstetrícia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP). De acordo com o MPF, um inquérito civil público foi aberto após a constatação de que o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-SP) estava indeferindo o registro de bacharéis formandos pela USP. O Coren-SP e o Cofen têm um prazo de 25 dias para informar se cumpriram a recomendação.
O Ministério Público informou que a grade curricular do curso foi alterada baseando-se no curso de enfermagem e que o conselho regional teria concordado em reconhecer como bacharéis os alunos que a cumprissem. No entanto, a decisão foi refutada pelo conselho federal, que expediu a resolução nº 378 em 29 de abril de 2011, determinando que os conselhos regionais não aceitassem a inscrição de obstetrizes, independente da carga horária cumprida.
"O MPF entende que a tarefa de aferir a qualidade do curso cabe aos órgãos educacionais responsáveis, sendo ilegal negar o exercício da profissão ao titular do diploma de um curso autorizado e em regular funcionamento. O curso de Obstetrícia da EACH/USP foi reconhecido pelo Conselho Estadual de Educação de São Paulo", diz o MPF em comunicado.

Obstetrícia
O curso de Obstetrícia da EACH/USP abriu sua primeira turma em 2008 focando no atendimento às mulheres no período que corresponde do pré-natal ao pós-parto. Segundo o MPF, pesquisas realizadas no exterior indicam uma relação na redução da mortalidade materna e perinatal e o investimento na capacidade das obstetrizes em trabalhar na atenção primária e comunitária das mulheres na fase final da gestação e após o nascimento da criança.
"A profissão, portanto, apresenta importância técnica e social nas políticas públicas voltadas à saúde da mulher. Segundo essas mesmas pesquisas, o parto conduzido ou auxiliado por profissional especializado mostra-se benéfico tanto para a mulher quanto para a criança", afirma o MPF.
A assessoria do Coren ainda não se pronunciou sobre a recomendação do MP.

 

MPF determina que obstetriz tenha registro de enfermeiro

Posição é definitiva, afirma procuradora Eugênia Gonzaga; conselhos têm 25 dias para se manifestar

                                                                                       30 de junho de 2011

Mariana Mandelli - O Estado de S.Paulo

O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF) determinou ontem que o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) registre como enfermeiros todos os profissionais formados em bacharelados em Obstetrícia de cursos reconhecidos. A regra do MPF vale também para todos os conselhos regionais da profissão do País.
Para isso, o MPF pede que o conselho anule a resolução n.º 378. O documento, de 28 de abril, proíbe "a inscrição de portadores de diploma de obstetriz nos Conselhos Regionais de Enfermagem do País, como enfermeiro, enfermeiro obstetriz ou simplesmente obstetriz, cuja grade curricular mínima à formação no curso de enfermeiro generalista não foi cumprida".
Os conselhos têm 25 dias para se manifestarem em relação ao cumprimento da determinação. Segundo a procuradora da República Eugênia Augusta Gonzaga, que expediu a recomendação, os órgãos podem ser punidos judicialmente caso não cumpram a medida.
"Essa recomendação é a posição definitiva do MPF", afirmou a procuradora. "Se não cumprirem, podem ser acionados na Justiça", afirmou.
De acordo com Eugênia, as possíveis punições seriam a anulação da resolução por meio de ordem judicial e processos por danos morais coletivos, além de ações individuais. O texto da procuradora classifica como enfermeiro "o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de enfermeira obstétrica, conferidos nos termos da lei".
Para o MPF, são os órgãos educacionais que devem avaliar a qualidade dos cursos de nível superior - e não os conselhos, o que torna ilegal o veto ao registro. "Se esses órgãos aprovaram os cursos, não cabe ao conselho negar o registro", disse a procuradora.
Procurado, o Cofen não se manifestou. A assessoria de imprensa do órgão disse apenas que, caso houvesse um posicionamento, este seria publicado no site. Até o fechamento desta edição, nenhuma nota sobre o tema foi divulgada na página.


PARA LEMBRARUm inquérito civil foi aberto quando veio à tona que o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren) negava o registro profissional aos formandos do curso de Obstetrícia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), da Universidade de São Paulo (USP). A instituição alterou a grade do curso, mas, mesmo assim, o conselho continuou recusando.

Oficina: Posições do parto como intervenção e prevenção de distócias - com Mary Zwart


Casa Angela
                                      Centro de Parto Normal 
               
apresenta
Parto Humanizado no cenário mundial
Oficina: Posições do parto como intervenção e prevenção de distócias


Palestrante: Mary Zwart   
Parteira holandesa independente, fundadora da Escola Perinatal Européia, membro do Fórum Europeu de Cuidados Primários, membro da Humpar (Associação Portuguesa pela Humanização do Parto), representante internacional da Iniciativa Amiga da Mãe e do Bebê (Mother-Baby-Friendly Care Iniciative). No Brasil, colabora com o Movimento de Humanização do Parto e na capacitação de profissionais.

Dia: 13/07/2011

Horário: 8h-8h30 recepção e cadastramento dos participantes
    8h30-12h30 Palestra


VAGAS LIMITADAS!
Investimento: R$ 10 / Estudantes R$ 5
Inscrições pelo email: casaangela@monteazul.org.br
Contato: (11) 5852-5332      www.casaangela.org.br     

terça-feira, 3 de maio de 2011

MARCHA DA PARTEIRAS - 5 DE MAIO

Na próxima quinta-feira - 05/05 - o Curso de Obstetrícia promoverá evento comemorativo ao dia internacional da obstetriz (gratuito).
No final do dia, haverá uma marcha, veja o cartaz acima.



Maiores informações em:
http://xa.yimg.com/kq/groups/10576287/405656898/name/Obstetricia%20-%20USP.mht

domingo, 17 de abril de 2011

Janet Balaskas: "O movimento internacional por mudanças na assistência ao parto"

EVENTO GRATUITO - NÃO PRECISA INSCRIÇÃO

20/04/2011, quarta-feira, 9h30-12h
Faculdade de Saúde Pública da USP
Av. Dr. Arnaldo, 715 - Cerqueira César - São Paulo - SP


"O dia em que Janet disse pela primeira vez 'parto ativo' talvez tenha sido o mais importante da história da obstetrícia na Europa... desde o dia em que o médico francês Mauriceau assumiu o comando desse evento e colocou a mulher para parir deitada." Michel Odent, obstetra francês, na Introdução do livro “Parto Ativo: Guia Prática para o Parto Natural” (1989, Ed. Ground).

Janet Balaskas, educadora perinatal (saúde na gravidez, parto e pós-parto), é a fundadora do movimento internacional pelo Parto Ativo.

Pela primeira vez Janet Balaskas está no Brasil, e virá a São Paulo discutir sobre os movimentos de mulheres pela mudança no parto, em debate promovido pela Universidade de São Paulo.

Reconhecida como um ícone do movimento pela humanização do parto e nascimento, sua visita ao país acontece em boa hora.

Recentemente, a divulgação da pesquisa Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado (Fundação Perseu Abramo, 2010. Disponível emhttp://www.fpa.org.br/sites/default/files/pesquisaintegra.pdf) revelou que 25% das mulheres sofrem algum tipo de violência institucional durante o atendimento ao parto. A violência obstétrica foi mostrada em toda sua crueza e teve grande repercussão na mídia, no meio médico e em órgãos públicos.

Foto de Bia Fioretti

Ao mesmo tempo, a ameaça de fechamento do curso de Obstetrícia da

Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, único no país, levou centenas de mulheres às ruas de São Paulo. Obstetrizes, enfermeiras e ativistas pela humanização do parto manifestaram-se nas ruas contra a recomendação administrativa, e embasaram seus argumentos nas melhores evidências científicas disponíveis, quais sejam: as obstetrizes favorecem o parto fisiológico de mulheres saudáveis, e, comprovadamente, estão associadas aos melhores resultados maternos e

neonatais.


Na próxima quarta-feira, dia 20 de abril, às 9h30, Janet Balaskas estará na Faculdade de Saúde Pública da USP para compartilhar com o público suas boas experiências com o movimento de mulheres em defesa do Parto Ativo. O início desta história nos remete à Londres de 1982, quando cerca de seis mil pessoas foram às ruas contra a imobilização das parturientes no leito, as episiotomias de rotina, e outras intervenções dolorosas e antiquadas. Há quase 30 anos, na Inglaterra, com liderança de Janet Balaskas, o movimento organizado de mulheres conseguiu acabar com práticas obsoletas e agressivas no parto (como o corte da vagina, a proibição de acompanhantes e a imobilização física das mulheres) que ainda atormentam as mulheres brasileiras, fazendo do parto um evento médico doloroso e induzindo-as para a cesárea anestesiada.



Informações:

Janet Balaskas e o Parto Ativo na FSP/­USP – Atividade gratuita

“O movimento internacional por mudanças na assistência ao parto”

20/04/2011, quarta-feira, 9h30-12h

Faculdade de Saúde Pública da USP

Av. Dr. Arnaldo, 715 - Cerqueira César - São Paulo - SP


Realização:

Curso de Obstetrícia da EACH-USP

Associação de Obstetrizes da USP

Faculdade de Saúde Pública da USP

GEMAS – Gênero, Maternidade, Evidências, Saúde (FSP/USP)

Apoio:
Aoba Bebê (Curitiba-PR)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

As razões do COFEN

Podem-se entender as razões do COFEN para tentar eliminar o curso de obstetrizes da USP?

É possível tentar entender os conflitos que observamos nesta questão sem sucumbir aos ape­los sedutores do maniqueísmo?

Eu acredito que sim, desde que entendamos o quê realmente representam estas entidades.

O COFEN, assim como o CFM, são órgãos da corporação. Foram criados para proteger as conquistas destas atividades na sociedade. Mais ainda: são entidades sustentadas pelos com­ponentes desta corporação, que os elegem para proteger seus direitos e privilégios.

Em outras palavras: o COFEN não é um instrumento da sociedade para regular a enferma­gem, tanto quanto o CFM não foi criado pela sociedade para regular e proteger a atividade médica. Estas entidades são órgãos corporativos, que são criações das próprias corporações para defender, respectivamente, a enfermagem e a medicina.

Falando da medicina, que é o que conheço por dentro, quando o CFM condena um médico não o está fazendo para proteger os pacientes, e nem para proteger a excelência e a qualidade dos atendimentos, mas para proteger os MÉDICOS. Para o CFM um mau médico atrapalha a ima­gem que a sociedade tem da medicina e diminui o valor social da corporação. Não cabe ao CFM proteger a população, defender uma medicina baseada e centrada em evidências, melho­rar as condições de saúde das pessoas ou criar espaço para uma medicina mais humanizada. Isto NÃO É a função precípua de um conselho (mesmo que esta seja a idéia vendida para nós). Esta se limita a proteção da medicina, seus pres­supostos éticos, e a defesa do médico. Isso explica, por exemplo, porque o CRM nunca move uma palha para criticar o excesso de cesarianas. Entretanto, médicos que trabalham estritamente dentro dos protocolos da OMS correm perigo, porque agridem os privilé­gios duramente conquistados pela categoria. Ele incomoda sua própria corporação, portanto é herético, não importa que benefício ele possa oferecer aos pacientes.

Vejam bem. Com isso não estou criticando a medicina e nem os conselhos médicos, tanto os CRMs quanto o CFM. Apenas quero mostrar que o trabalho destas instâncias é a prote­ção da medicina e não a proteção dos pacientes. E acho que este trabalho precisa ser feito mesmo, pois que sem ele os médicos ficariam desprotegidos diante de uma sociedade sensaciona­lista e que busca resultados positivos sempre, anestesiada que está por uma cultura que miti­fica a tecnologia e promete a redenção através do acesso a ela.

Com o conselho de enfermagem, e de qualquer outra corporação, ocorre o mesmo.

O COFEN é o "cão de guarda" da enfermagem, e esta visão não é diminutiva; pelo contrário, mostra a verdadeira vocação deste órgão, que procura defender as conquistas e as prerrogati­vas da profissão. Está sempre a postos para defender quando a enfermagem está sob ame­aça. Quando um grupo de profissionais, como as obstetrizes, ameaça os domínios das enfer­meiras, este mecanismo de defesa é automaticamente acionado. É o mesmo efeito observado pelos CRMs em relação às Casas de Parto. O domínio do parto é médico (mesmo que uma enfermeira o realize, um médico será o responsável em última instância), e quando um estabelecimento determina a autonomia das enfermeiras na sua condução o sinal vermelho acende. PERIGO. Elementos estranhos invadem o flanco esquerdo das torres do castelo. Imediatamente é acionado o sis­tema de proteção.

Algumas enfermeiras vivenciam agora o MESMO fenômeno que eu passei quando da luta pela manutenção das Casas de Parto: o constrangimento de lutar por uma visão democrática, aberta e plural para a assistência ao nascimento, ao mesmo tempo em que sua categoria de­saprovava a mesma idéia, preconizando um fechamento exclusivista. É necessária uma visão mais abrangente para se posicionar e para, enfim, lutar.

Ao mesmo tempo em que entendo a posição do COFEN (e também do CFM) eu também percebo que as decisões sobre esta questão devem estar ACIMA das posições parciais destas entida­des. É um gigantesco equívoco confundir a vocação legítima destes conselhos em proteger as suas corporações com a necessidade de proteger a SOCIEDADE. Este necessário resguardo da sociedade cabe aos níveis mais altos da política; são decisões que precisam levar em consideração a complexidade da estrutura social, acima dos desejos e aspirações de grupos. Quando percebemos esta dicotomia, faz-se necessário posicionar-se de forma corajosa e determinada. Se a visão for centrada nas necessidades da sua própria profissão, a escolha pela posição do conselho de enfermagem é natural e coerente. Entretanto, se desejamos o fortalecimento das idéias de humanização do nascimento, o esforço pela manutenção de uma escola de parteria, desvincu­lada das escolas tradicionalmente “medicalizadas” de assistência ao parto (a medicina e a en­fermagem), é a escolha mais sensata e correta.

As obstetrizes incomodam, pela sua liberdade e autonomia, as escolas tradicionais. Entretanto, eu creio que elas podem dar uma enorme contribuição ao debate da assistência ao nascimento humano.

Elas podem virar esse jogo.

Beijos

Ricardo Jones

Apoio da ABENFO-SP

                                                        São Paulo, 23 de março de 2011

Aos associados e interessados,

A Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (ABENFO) é uma entidade que acolhe as duas profissões - obstetrizes e enfermeiros obstetras - conforme assegura a sua denominação, além de enfermeiros que atuam nas áreas de saúde da mulher e do recém-nascido e repudia qualquer manifestação contrária ao Curso de Obstetrícia e seus egressos, ainda que assumidas em caráter pessoal por integrantes de sua Diretoria. Acolher uma parte dos profissionais e renegar outra é uma violação ao Regimento da ABENFO, dado que uma das finalidades centrais da entidade é a defesa de seus associados. Sejam eles obstetrizes ou enfermeiros obstetras.

A ABENFO-SP e ABENFO NACIONAL vem a público relembrar os apoios aos egressos da EACH, prestados ao longo destes anos, como o Editorial em Boletim Informativo da entidade, em março de 2006 (Ano 10, n. 32), onde se destacava a criação do curso, e outro Editorial em junho de 2009 (Ano 13, n. 39), saudando os primeiros formandos e defendendo o trabalho colaborativo. Lembra a participação da associação em eventos realizados pelos alunos da EACH, sempre que solicitada e a participação de membros de sua Diretoria em negociações junto a Secretaria de Estado da Saúde por vagas para os egressos da EACH. E, finalmente, a realização em São Paulo, do III Fórum Nacional de Políticas de atuação de Enfermeiros e Obstetrizes na Assistência à Saúde da Mulher e do Neonato, onde se buscou pacificar o máximo de ABENFOs regionais que fosse possível, em momento tormentoso, onde as resistências aos egressos da EACH ganhavam manifestações vigorosas das ABENFOs de vários estados

(Editorial - Boletim Informativo Ano 13, n. 40, outubro de 2009).

Assim, a ABENFO-SP reafirma seu alinhamento com todas as lutas dos profissionais da saúde e usuários pela qualificação da assistência ao parto e nascimento, seja no aprimoramento de modelos assistenciais mais adequados para a promoção da fisiologia da gestação e parto, seja na busca dos melhores modelos de formação profissional para o parto normal.

Atenciosamente,

A Diretoria

sexta-feira, 1 de abril de 2011

FORÇA Obstetriz, uma essência da profissão.

Sábado, 26 de março o vão livre do MASP (Museu de Arte de São Paulo) ficou pequeno diante do movimentação de pessoas unidas contra o fechamento do curso de Obstetriz da USP. Mães, pais, bebes, professoras, alunas, ONGs, ativistas a favor do parto Humanizado se juntaram pra apoiar a causa. Muitas mulheres pintaram os seios e saíram em passeata, pela a Av. Paulista, mostrando os peitos pra sensibilizar a população da cidade de São Paulo quanto a necessidade de se formar profissionais que trabalhe a favor do parto normal.

Se a manifestação (dia 22/03) na frente da reitoria foi marcada pela tristeza essa foi marcada pela esperança.

Eu, Bia Fioretti, entrevistei a Flavia Estevan, uma das representantes das alunas nas negociações com a universidade (Flavia, precisamos incluir sua foto aqui):


“Só na quinta feira, dia 17 de março, que ficamos sabendo sobre os 2 relatórios apresentados contra o curso de Obstetríz da Each USP, foi então que constatamos que o curso podia realmente fechar, estávamos sentadas lá fora, esperávamos pra conversar com alguns professores e algumas meninas choravam muito. Naquele momento a gente começou a se questionar, Qual seria o sentido de tudo isso? Nós nunca tínhamos discutido porque cada de nós escolheu aquele curso. Perguntávamos umas as outras: Qual o sentido disso? Quais motivos que trouxeram cada uma de nós para o curso de obstetrícia da USP? A resposta foi unânime, cada uma de nós havia tido um sinal, uma intuição, como se fosse um chamado mesmo, falar sobre esse assunto foi muito forte naquele momento…. a gente sentiu que estávamos aqui por causa de uma missão.


E de um dia pra o outro o curso iria acabar?

Como assim a gente não conseguia entender?

Um chamado de vida, é um chamado de vida! As coisas não podiam terminar assim, foi quando a gente se conectou com um propósito maior e um sentimento mais profundo deu animo e força. Eu fui pro laboratório de informática elaborar um abaixo assinado, fizemos as cartas, demos um jeito de conseguir as traduções e nos mobilizamos.


No mesmo momento que víamos que tudo poderia estar pedido nos iniciamos esse movimento, esse sentimento que brotou, que ressurgiu dentro da nós foi essencial.

Todo mundo que esta dentro do curso tem uma história especial e um motivo muito forte para lutar pelo nosso curso de Obstetriz.”


A intuição e a motivação pessoal da Flávia Estevan: “Há alguns anos, eu nem pensava em obstetrícia, uma amiga querida que não conseguia engravidar me perguntou: “Porque eu não consigo a coisa mais natural do mundo? ” Isso me fez questionar que algo tão natural como conceber, gestar e parir é ao mesmo tempo simples e complexo, e eu decidi me dedicar a assistência a saúde da mulheres na sua complexidade para tornar as coisas o mais natural possível.


Pra isso eu procurei o caminho formal, institucional, porém entre eu e a obstetrícia tinha a FUVEST (exame do vestibular), pra conseguir esse objetivo entrei num transe e por três meses estudei tudo que eu podia e eu passei no vestibular, isso já foi um sinal.


A gente está numa universidade! Ao mesmo tempo que a gente está vinculada com lado acadêmico e científico, estamos conectadas ao lado social, político e também a aquele chamado que nos moveu te aqui. Eu comecei a estudar a me dedicar tanto, que nunca tive dúvida do caminho a ser seguido.


Quando começou essa história foi um desencaixe de informação e nós pensamos: a história não é só essa: a gente tem a oportunidade de melhorar a assistência a Saúde da Mulher, a gente já está na universidade, pra nós tudo isso é muito forte.


Nós, nos sentíamos como as 60 privilegiadas de estarmos aqui na USP, numa universidade pública com toda a oportunidade de estar em contato com todas as inovações científicas que ela pode nos oferecer e que também pensa e trabalha a humanização do nascimento desde o início do curso.


Estudar e nos preparar para dar a assistência pra as mulheres é isso que move.


É realmente isso que move! Por isso estamos aqui!”

O movimento de resgate da essência do feminino Mães da Pátria, já entrevistou mais de 900 mulheres no mundo ocidental que se dedicam a humanização do nascimento e já concluiu que a alma, o espírito, a vocação de uma verdadeira parteira (no sentido genérico da palavra, seja ela formal ou tradicional) é universal. Eesse comportamento de superação, esse chamado divino, essa real vocação descrita pela Flavia e pelas suas colegas da USP é uma essência comum entre todas as parteiras que já conheci. Essas alunas tem realmente a alma de parteira, que não se dobram a dificuldade.


É desse tipo de profissional que a nossa sociedade precisa na luta em favor da saúde da mulher.

Todas as mulheres, que se dedicam a Humanização do nascimento, colocam a atenção a outra mulher de maneira incondicional, com conhecimento sobre a fisiologia feminina e a sabedoria de um sacerdócio.

O barulho na Avenida Paulista foi tão grande que saiu no noticiário da Rede Globo, em horario nobre do SP tv em São Paulo.


Se a Força motriz é a força que move, que produz movimento imagine o que pode fazer uma “Força Obstetriz”? ( rssss)

Alunos da faculdade de obstetrícia da USP fazem protesto

Reportagem no SP TV 2ª edição em 26/03/2011


A manifestação foi contra o possível fechamento do curso. Algumas mulheres ficaram de peito à mostra para chamar a atenção. O protesto teve o apoio de mães que tiveram parto normal.
 
Assita no link:
 
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1470143-7823-ALUNOS+DA+FACULDADE+DE+OBSTETRICIA+DA+USP+FAZEM+PROTESTO,00.html

Estudantes protestam contra ameaça de fechamento de curso da USP Leste

No Masp, alunas, parteiras e mães defenderam faculdade de obstetrícia. Universidade propõe fusão do currículo com o curso de enfermagem.
                                  Luna D'Alama  Do G1, 26/03/2011 em São Paulo

Dezenas de alunos do curso de obstetrícia da USP se reuniram no vão livre do Masp Segundo a coordenadora do curso, Nádia Narchi, os professores e alunos são contra essa mudança porque, apesar de profissões “irmãs”, as duas áreas representam paradigmas profissionais diferentes. “Se a gente for diluído na enfermagem, não vamos construir um campo de conhecimento próprio. Não aceitamos essa proposta e queremos que a USP compreenda a importância social e acadêmica da nossa profissão.”

Nádia disse, ainda, que a USP está se dobrando ao Conselho Federal de Enfermagem, que tem dificultado o registro de obstetrizes formadas, também pouco reconhecidas pelo mercado. “Há duas saídas possíveis: a reformulação curricular ou a contestação judicial, mas a USP optou pela saída covarde, de atender ao conselho”, afirmou a coordenadora.

Atualmente, o curso de obstetrícia da USP Leste, que pertence à Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), tem cinco turmas de 60 alunos cada e duas já formadas. A graduação tem uma duração de quatro anos e meio e, em 1974, já sofreu com a extinção e a fusão à enfermagem – ressurgindo em 2004. A estudante Jéssica Nascimento, do terceiro ano, afirmou que a universidade quer reduzir 330 das 1.020 existentes nos dez cursos do campus. “A enfermagem não tem estrutura para nos abrigar”, avaliou.


Para a aluna Flávia Estevan, também do terceiro ano, "a faculdade surgiu como um pedido de movimentos sociais para atender à demanda brasileira de partos normais e para reduzir o número de cesarianas”.

De acordo com ela, o objetivo é acabar com a “fábrica de cesáreas”, já que 90% dos partos na rede privada do país e 50% do Sistema Único de Saúde (SUS) são desse tipo, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda no máximo 15% nos dois sistemas juntos. “Hoje, o médico é o protagonista e a mulher passa por uma cirurgia. Gravidez não é doença”, destacou Flávia.

A enfermeira obstetra Vilma Nishi, que atua há 35 anos com partos humanizados e já fez mais de 700 em residências, acha que enfermeiros e obstetrizes devem unir forças, porque a figura mais importante dessa história é a mulher. “Nunca vi a USP fechar um curso”, lamentou.

Alckmin defende manutenção de curso de obstetrícia na USP LesteSegundo a administradora Priscila Ariani, mãe de Francisco, de 3 anos e meio, e Arthur, de 9 meses (o primeiro nasceu de cesariana e o segundo, de parto normal em casa), a cesárea é uma invasão e uma falta de respeito ao momento mais especial na vida de uma mulher. “O médico vem com um suposto saber, o bebê é retirado de você, fica no seu colo por 2 minutos e depois preciso me recuperar da anestesia”, disse. Priscila acredita que o médico entende o parto como um procedimento cirúrgico, não como o nascimento de um filho.

Em comunicado, a direção da universidade diz que “a avaliação permanente da graduação e a revisão dos cursos da EACH é absolutamente natural, indo de encontro às demandas sociais, científicas e tecnológicas da sociedade”. “A principal preocupação é com os egressos e com os alunos que estão cursando obstetrícia. Se for necessária outra reformulação do curso, ela será feita”, afirmou Telma Zorn, pró-reitora de graduação.

Coordenador da USP deixa Assembleia sem falar após intimidação

Representante da diretoria foi provocado, vaiado e saiu escoltado de audiência pública. Ao iG, disse que é contra fim de curso

                                    Cinthia Rodrigues, iG São Paulo - em 24/03/2011

O evento foi agendado pelo deputado Carlos Gianazzi (Psol) para debater recentes demissões e gastos com compra de imóveis na USP. Com a divulgação na semana passada do relatório que prevê o fechamento de 330 das 1.020 vagas da USP Leste e o fim do curso de Obstetrícia, ganhou o apoio dos estudantes.

O convite oficial para prestar esclarecimentos foi feito ao reitor, José Grandino Rodas, que não compareceu. Costa foi convidado paralelamente pelo deputado por telefone e aceitou. “Na terça-feira liguei para o reitor e avisei que iria. Ele disse que não compareceria, mas que não via problemas na minha presença”, conta.

Último chamado a compor a mesa da audiência, o coordenador foi muito vaiado. Por cerca de duas horas, representantes dos professores, funcionários e alunos se alternaram ao microfone com deputados que pediam a saída de Rodas. “O nosso objetivo aqui é um só: rodar o Rodas. Ele não tem moral para continuar reitor”, disse o diretor do sindicato dos funcionários, Magno Carvalho. O presidente da associação dos docentes da USP (ADUSP), João Zanetic, disse que não respeita o reitor “nem como acadêmico, nem como colega”.

A provocação ao representante da direção começou enquanto uma das funcionárias demitidas pela USP em janeiro fazia um pronunciamento. Atrás de uma pilastra, uma mulher cutucou o ombro de Costa. “Você não tem nada que estar aqui, pau mandado”, disse a mulher que assumiu à reportagem do iG a intenção de provocar o representante da universidade, mas não quis se identificar. “Estou aqui porque fui convidado, a senhora não tem o direito de me agredir”, respondeu o Coordenador de Relações Institucionais.

Em seguida, um outro rapaz se dirigiu a Costa, que pediu a ele que falasse ao ouvido por causa do barulho. “Você não tem que falar nada, tem que ficar com o ouvido doendo e só”, afirmou o jovem em volume suficiente para a reportagem que estava a um metro de distância escutar. Costa, imediatamente, fechou a pasta e saiu. “Agora vocês expliquem no microfone porque eu não vou falar nada.”

Ninguém esclareceu, e os estudantes cercaram o coordenador na saída aos gritos de “covarde”. Foi preciso que policiais militares o escoltassem até uma escada.

Por telefone, Costa afirmou que também já foi presidente da ADUSP e entende as manifestações. “Eu fui um dos que defendi a criação da USP Leste e o curso de Obstetrícia, eu ia lá conversar com a comunidade. Até em reunião em igreja eu fui. Não mudei de ideia de 2004 para cá, sou contra o fechamento da carreira”, disse.

Na época da criação do campus, o atual coordenador de Relações Internacionais era prefeito da Cidade Universitária. Para ele, a comissão que fez o relatório sugerindo o fechamento de vagas errou. “Primeiro por não ter representante de obstetrícia, segundo por não ter debatido a questão e, terceiro, por ter divulgado antes de conversar com os interessados”.

Costa acredita que a união provocada pelo documento entre professores, funcionários e estudantes ainda terá consequências maiores. “A USP Leste é um projeto social, qualquer coisa que se faz lá tem repercussão. O que vimos hoje na Assembleia é um tsunami. A mobilização dos alunos é impressionante

Governador promete ajuda contra fechamento de curso da USP Leste

Alckmin se reuniu com alunas de obstetrícia que foram a evento pedir apoio contra fim da carreira e corte de vagas

                                   Cinthia Rodrigues, iG São Paulo - em 23/03/2011
Um grupo de alunas de obstetrícia da Universidade de São Paulo (USP) que protestam contra o possível fechamento do curso foi recebido na manhã desta quarta-feira pelo governador Geraldo Alckmin. Elas aproveitaram um evento com a presença do político na zona leste, onde fica o campus em que estudam, para chamar atenção do governante e acabaram atendidas pessoalmente.


Na semana passada foi divulgado um relatório que sugere o fechamento de 330 das 1.020 vagas da USP Leste e a fusão de obstetrícia com enfermagem encerrando a carreira. Desde então, as estudantes fizeram protestos na unidade, em frente a reitoria da instituição e, nesta quarta-feira, na porta de uma unidade da polícia militar visitada por Alckmin para anúncio de mudanças no sistema de boletins de ocorrência.


Logo que o governador chegou, a assessoria procurou uma representante do grupo e avisou que ele as atenderia ao final do evento. Nove alunas se reuniram com Alckmin e explicaram que o curso estava ameaçado. “Ele disse que é simpático a nossa causa e entende a importância da carreira para o parto humanizado”, contou a aluna, Mariana Gervásio. “Ele ficou bastante sério, pediu contatos da coordenadora e prometeu ajudar”, diz a colega Thaís Peloggia.

Segundo elas, assim que começou a ouvir as reclamações, Alckmin pediu a um dos assessores que ligasse para o reitor, João Grandino Rodas, mas o celular estava desligado. Ele prometeu então, avaliar o que poderia fazer. A assessoria do governador confirmou que ele se dispôs a "estudar as reivindicações".

Nesta quinta, o grupo pretende comparecer a uma audiência pública na Assembléia Legislativa que aguarda a presença do reitor para falar sobre questionamentos em relação à universidade. Outra reunião sobre o curso de obstetrícia foi marcada para a próxima segunda-feira com o Conselho Regional de Enfermagem (COREN), órgão que emite a certificação das obstetrizes formadas. Embora a regional já tenha dado algumas carteirinhas, o Conselho de Enfermagem Nacional (COFEN) emitiu parecer contra a prática.


A sugestão de cortes

O relatório que gerou os protestos foi feito pelo ex-reitor da USP Leste Adolpho Melfi e um grupo de professores tanto da unidade quanto de outros departamentos. O documento revisa os cursos da USP Leste conforme a demanda e sugere o fechamento de pelo menos 10 vagas em cada um dos cursos para aumentar a concorrência no vestibular. No caso de obstetrícia a sugestão é a fusão com o curso de enfermagem, que fica em Pinheiros.

Obstetrícia da USP protesta contra fechamento do curso

Com barrigas de bexiga e bebês de verdade nascidos com auxílio de obstetrizes, alunos e professores tentam sensibilizar reitoria

                                      Cinthia Rodrigues, iG São Paulo - em 22/03/2011

Um grupo de cerca de 150 pessoas protestou contra o fim do curso de obstetrícia da Universidade de São Paulo (USP) em frente à reitoria da instituição com barrigas de bexiga, bonecos e bebês de verdade. Eles tentam evitar o fim da carreira com a fusão da única graduação que forma parteiras do Brasil.
 
Na semana passada, um relatório final de um grupo de trabalho chefiado pelo ex-reitor da instituição, Adolpho Melfi, propôs o fechamento de 330 das 1.020 vagas atuais da USP Leste. O curso de Obstetrícia seria o mais afetado com a passagem das 60 vagas atuais para a Escola de Enfermagem, em Pinheiros.

De acordo com os autores do relatório, esta seria a solução por conta da falta de reconhecimento do profissional obstetriz pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) que deveria certificar os formados. Por enquanto, apenas ex-alunos que recorreram à justiça conseguiram uma liminar na regional de São Paulo.


Viemos para a frente da reitoria porque parece que eles não tem clareza de que este relatório foi feito sem a nossa participação”, disse a professora Ruth Osava. O documento diz que todos as sugestões foram dadas com base em reuniões com representantes de todos os cursos, mas segundo a docente, foi perguntado a eles apenas se havia algum problema. “Quando dissemos que havia essa pendência com o COFEN, era no sentido de buscarmos solução, jamais de fechar o curso que foi criado por uma necessidade do sistema de saúde brasileiro”, afirma.

A função seria a de humanizar o parto. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o recomendável é que apenas os 15% de partos que apresentam riscos à mulher ou à criança, sejam cesarianas. No Brasil, no entanto, 45% dos nascimentos na rede pública e até 90% na particular são cesáreas. Para as obstetrizes, a falta da parteira envia muitas mulheres para a sala de cirurgia desnecessariamente.

Se eles fecharem o curso, estarão cometendo um erro histórico para a saúde da mulher brasileira”, disse a aluna Flavia Estevan, uma das que participou de uma reunião com o diretor da USP Leste, Jorge Boueri, e outra com a pró-reitora de Graduação da USP, Telma Zorn, sobre o relatório. “As decisões estão mais adiantadas do que parece”, lamentou.

Obstetrícia pode não estar no vestibular

Segundo ela, a pró-reitora reforçou que o relatório não era definitivo e teria dito que ainda não o leu, porém, soube que o COFEN emitiu parecer contra a certificação das obstetrizes. “Ela disse que estuda não incluir o curso no vestibular como forma de sinalizar para o COFEN que cedeu. Para mim, isso se chama jogar a toalha”, afirmou Flavia.

Chorando durante boa parte do protesto sua xará, Flávia Chiamba, aluna do 5º ano disse que as lágrimas eram pelas mães que não teriam direito a um parto humanizado se o curso fosse fechado. “É por mim, pelo curso, mas por todas as mulheres.”

Também participaram alunos de outras áreas e profissionais como a enfermeira obstetra Adriana Caroci, que foi à manifestação com o filho Felipe, nascido em casa com a ajuda de uma obstetriz há 6 meses. Ela conta que sempre quis ser parteira, mas como não havia o curso de obstetrícia, optou por enfermagem e só depois se especializou. “Foi injusto comigo ter que ver muito conteúdo que não era o que sempre busquei para só depois fazer um ano do que queria trabalhar. Também é injusto com as gestantes porque na especialização acompanhamos partos por algumas semanas enquanto na graduação, as alunas têm três semestres de acompanhamento de parto. É uma preparação muito maior”, disse.


Mais protestos e abaixo assinado

A estudante de Gestão de Políticas Públicas e diretora do Diretório Central Estudantil, Mayara Ferreira disse que os protestos continuarão durante toda a semana. Na quarta, uma assembleia debaterá o tema na USP Leste e na quinta um grupo pretende ir a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, onde o reitor da USP, João Grandino Rodas, foi chamado a falar sobre outros questionamentos da universidade, como a recente demissão de funcionários.

Vamos fazer isso com obstetrícia e com todos os cursos prejudicados”, disse. Deputados do PT receberam um grupo de alunos e já falam na criação de uma comissão só para tratar do assunto. Pela internet, um grupo mantém um abaixo-assinado online pela manutenção de obstetrícia que nesta terça-feira já contava mais de 5 mil assinaturas.

A diretoria da USP Leste informou que se reuniu com o COREN na segunda-feira e agendou para a próxima semana um encontro na sede da entidade com a presença de representantes de alunos, professores e o assessor técnico do conselho que também é pesidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, Francisco Cordão.

A professora Elizabete Franco Cruz, penúltima a falar, disse que é favorável ao diálogo com o COFEN, mas não permitirá o questionamento da competência das obstetrizes. “Se alguém tiver dúvida disso, eu venho aqui dar uma aula em público para provar.”

Ninguém da reitoria deu atenção à manifestação que também não gerou conflitos. O último recado: “Pessoal, agora vamos marchar, dêem uma olhada se não ficou nenhuma bexiga estourada no chão”.

USP Leste: alunos e docentes reclamam de fechamento de vagas

Conclusão de grupo de trabalho que revisou cursos da unidade sugere o corte de até 330 das 1.020 vagas atuais da unidade

Cinthia Rodrigues, iG São Paulo - em 18/03/2011
 
Alunos e professores do campus Leste da Universidade de São Paulo (USP) foram surpreendidos pela notícia de que 330 das 1.020 vagas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Each) podem ser fechadas. Conforme o iG antecipou na quinta-feira, um grupo de trabalho que revisou os cursos sugere redução de alunos em todas as áreas.


O relatório é a conclusão de um trabalho iniciado em junho de 2010 e realizado pelo ex-reitor da universidade Adolpho José Melfi, além de professores da unidade e de outros departamentos da instituição. Na tarde desta sexta-feira, a direção da unidade enviou por email a todos os alunos e professores cópia do relatório com uma mensagem da direção.

Segundo o boletim online, o grupo se reuniu 11 vezes antes de concluir a sugestão do fechamento de pelo menos 10 vagas em cada curso, até 80 em alguns casos e a fusão em outro (veja tabela abaixo). Embora no relatório, a ênfase seja a redução de vagas para aumentar a concorrência e a qualidade dos estudantes, a mensagem da diretoria enfoca a falta de espaço físico para atender aos cursos atuais e diz que a proposta ainda será debatida. “Este relatório será debatido primeiramente entre Comissão de Graduação, os Coordenadores de Curso e a Direção”, diz a edição especial do boletim “Direto da Direção”.

O informativo dá especial atenção ao curso de Obstetrícia, que segundo sugestão do relatório, passaria a fazer parte de Enfermagem, que fica em Pinheiros. “A Each não se furtará em promover novos ajustes na estrutura curricular do curso de Obstetrícia e poderá, ouvindo o conjunto de sugestões pertinentes, adequar algumas disciplinas de modo a contemplar o estudo do ser humano com conteúdos gerais, mais próximos aos cursos de enfermagem tradicionais, o que poderá levar à mudança na sua denominação”, diz o comunicado do diretor José Boueri.

Protesto e perplexidade

Professores da USP Leste contam que souberam da proposta de corte de vagas pelo iG. “Estamos perplexos”, diz a professora Jaqueline Brigagão, de Obstetrícia. Segundo ela, os alunos leram a reportagem e cobraram respostas desde a primeira aula da manhã desta sexta, mas apenas alguns dos docentes haviam recebido o relatório na noite anterior. “Não pudemos ler e debater nada ainda, não concordamos com esta visão baseada na demanda do curso e queremos frisar a importância da carreira para humanizar o parto no Brasil, como acontece nos países mais desenvolvidos do mundo”, afirmou.

Thomás Haddad, coordenador do curso de Licenciatura em Ciências Naturais, que pode perder 80 das atuais 120 vagas e passar a funcionar apenas em um período, disse que haverá uma reunião na próxima semana para definir o posicionamento dos professores. “O que posso lhe adiantar é que a maioria dos colegas que já se manifestaram considera o corte grande demais, especialmente a supressão de todo o período matutino do curso.”

Estudantes e ex-alunos fizeram uma manifestação contra a conclusão que pede o fechamento das vagas. Segundo o membro da Associação de Obstetrízes da USP e ex-aluno do curso, Marcel Robledo Queiroz, em reunião com os docentes foram encontrados erros no documento. “O que eles sugerem de mudanças nas disciplinas já existe, não sei de onde tiraram algumas informações.”

A direção da Each enviou um comunicado oficial em que explica por que o grupo foi montado e diz que a instituição "Não pode se furtar de suas responsabilidades".

USP Leste pode fechar mais de 300 vagas

Grupo de trabalho composto por direção e professores do campus sugere redução das vagas para aumentar nota de corte no vestibular
                                                           Cinthia Rodrigues e Tatiana Klix, iG São Paulo em 17/03/2011
Inaugurado em 2005, o campus Leste da Universidade de São Paulo (USP) pode perder até 330 das 1.020 vagas oferecidas atualmente. O iG teve acesso ao relatório de conclusão do grupo de trabalho da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Each) que estudou a revisão dos cursos da unidade por conta de baixa demanda. A proposta pede a diminuição de pelo menos 10 vagas em cada carreira.

Segundo o relatório, as salas de aula da unidade foram feitas inicialmente para atender turmas de 50 alunos, mas os vestibulares ofertaram 60 vagas por ano em cada uma e, com as repetências, há algumas turmas com 65 a 70 estudantes, o que comprometeria o aprendizado. Além disso, seguindo as diretrizes apontadas pela reitoria da USP no ano passado, todos os cursos com baixa demanda foram reavaliados e, em alguns casos, a sugestão é que as vagas sejam reduzidas de 120 para 40.

O relatório também aponta a intenção de tornar a seleção mais rigorosa: “Esta redução sugerida teria um efeito imediato no aumento da relação candidato-vaga, já que a procura por alguns dos cursos da EACH é bastante reduzida. Enfim, de modo geral, teríamos um aumento na nota de corte e, certamente, uma elevação na qualidade dos alunos ingressantes, algo desejado por toda a universidade”, diz o documento assinado por um grupo de trabalho formado pelo ex-reitor da instituição durante a criação da USP Leste, Adolpho José Melfi, e professores tanto da EACH quanto de outras unidades.

Em alguns cursos a redução de vagas seria bem maior. A proposta é reduzir pela metade as 60 vagas de Ciências da Atividade Física, de 120 para 80 as de Gestão Ambiental e cortar uma turma de Licenciatura de Ciências da Natureza, reduzindo de 120 para 40 ou 50 vagas. O pior caso seria o de Obstetrícia que poderia ser fundido com o curso da Escola de Enfermagem, perdendo todas as 60 vagas atuais.


Novos Cursos

Em contrapartida seriam criados mais dois cursos com 30 vagas cada. Um deles, o de Mídias Digitais, já está aprovado pelo Conselho Universitário e outro, de Design de Serviços, foi sugerido pelo diretor da USP Leste, Jorge Boueri, em 2010.

O relatório pede ainda transparência na função dos docentes e a revisão de disciplinas optativas que estaria formando turmas muito pequenas. “Uma situação que chamou a atenção é a existência de um curso onde havia 11 alunos matriculados em uma disciplina, com 29 docentes arrolados e todos com igual atribuição de atividade didática”, diz o relatório.

A direção da instituição não quis comentar o relatório. Segundo a assessoria, as sugestões serão agora apresentadas aos coordenadores dos cursos e ainda podem sofrer mudanças antes de serem enviadas à reitoria. No ano passado, a USP lançou novas diretrizes para criação de cursos que pediam a revisão de carreiras com baixa demanda.

Cursos existentes vagas atuais corte de vagas como ficaria

Ciências da Atividade Física 60; 30; 30

Gestão Ambiental 120; 40; 80;

Gerontologia 60; 10; 50

Gestão de Políticas Públicas 120; 20; 100

Licenciatura em Ciências da Natureza 120; 80; 40

Lazer e Turismo 120; 20; 100*

Marketing 120; 20; 100

Obstetrícia 60; 60; 0**

Sistema de Informação 180; 30; 150

Têxtil e Moda 60; 20; 40

Total 1.020; 330; 690

Novos cursos

Mídias Digitais 30

Design de Serviços 30

** curso se fundiria com o de enfermagem; *se a baixa procura persistir, uma turma seria extinta e mais 50 vagas seriam cortadas;

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Pesquisadores vão investigar motivos que levam a mulher a optar por parto normal ou cesariana

Partos programados pode estar relacionada ao aumento de bebês prematuros no país


Parto normal dimunui riscos de infecção e difculdades respiratórias e facilita a amamentação, diz médica .Publicidade..Uma equipe de pesquisadores da ENSP (Escola Nacional de Saúde Pública), ligada à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), vai investigar os motivos que levam a mulher a optar pelo parto normal ou pela cesariana e avaliar que consequências a escolha pode trazer para a mãe e o recém-nascido.

Com base em 24 mil entrevistas que serão realizadas em hospitais públicos e privados em todos os estados, os pesquisadores procurarão saber quais fatores influenciam a escolha pelo parto normal ou pela cesariana.

O projeto está sendo conduzido em parceria com o IFF/Fiocruz (Instituto Fernandes Figueira), universidades estaduais e federais e a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Os resultados devem ser apresentados até o fim deste ano.

De acordo com a vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Maria do Carmo Leal, que coordena o estudo, a alta incidência de cesarianas no país, principalmente em hospitais da rede privada, pode estar relacionada ao aumento do número de casos de bebês prematuros.

Segundo Maria do Carmo, quase metade (47%) dos 3 milhões de partos que ocorrem anualmente no país são feitos por cesariana. Nos hospitais públicos, as cesarianas representam 30% dos nascimentos e, nas unidades particulares, 80% do total. A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que o percentual fique entre 15% e 20%.

A médica citou estudos que apontam relação entre o crescimento do número de cesarianas, cerca de 44% nos últimos 33 anos, e o aumento da prematuridade, que com alta de 130% em 22 anos.

- Queremos entender por que isso vem ocorrendo e se esses fatos estão relacionados à forma de assistência ao parto. Afinal, a medicina é cada vez mais intervencionista em todas as áreas e também no nascimento.

Ela ressalta que a cesariana é importante quando há risco de complicações para a mãe ou necessidade de salvar a vida do bebê, mas diz que, na maioria dos casos, não é esse o motivo da intervenção médica.

Segundo a médica, embora haja padrões que indiquem que o bebê está pronto para nascer, nenhum exame é capaz de determinar seu total amadurecimento.
- Só é possível saber isso quando a criança 'avisa'. Afinal, o processo de amadurecimento varia, e umas precisam de mais tempo do que outras. Por isso, para um bebê que iria nascer com 40 ou 41 semanas, nascer com 38 semanas é prematuridade.

Tecnicamente, porém, os bebês não são considerados prematuros a partir da 37ª semana de gestação. Segundo Maria do Carmo, o indicador mais frequente de um nascimento antecipado é a imaturidade respiratória. Para a mãe, entre os problemas que podem ocorrer em função do parto cesariano, estão maiores possibilidades de infecção devido à cirurgia e mais dificuldade para amamentar o bebê.

Foram esses riscos que levaram a publicitária carioca Aline Barbosa a optar, logo no início da gestação, pelo parto normal. Ela disse à obstetra que fazia questão do parto normal e começou a fazer sessões de ioga para gestantes no terceiro mês de gravidez, para preparar o corpo para o nascimento do bebê.
- Tinha muito medo das possíveis complicações de uma cirurgia. Além disso, a recuperação no pós-parto é mais difícil em caso de cesariana.
Segundo a publicitária, muitos médicos encontram nos exames feitos durante a gravidez diversos motivos para indicar a cesariana. Seu caso, porém, foi diferente. Aline deu à luz, em parto normal, Maria Clara. A menina nasceu com 48 centímetros e pesando 3,6 quilos.
- Não tive problemas. Minha médica me orientou e fez de tudo para viabilizar o parto normal. Muitas mulheres têm medo do parto normal porque não sabem o que está acontecendo com o corpo. Por isso, buscar informação faz diferença. Não ameniza a dor, mas garante maior tranquilidade.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

CNTS convida ministro a participar do seminário sobre condições de trabalho

Os dirigentes da CNTS aproveitaram a oportunidade do encontro com o ministro Alexandre Padilha para comunicar e convidá-lo para a solenidade de abertura do Seminário Nacional sobre as Condições de Trabalho dos Trabalhadores na Saúde, a realizar-se no dia 30 de março de 2011, a partir das 9h00, no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados, sob a coordenação da Comissão de Legislação Participativa e colaboração da CNTS, ABEn, Cofen e FNE.

No documento entregue ao ministro, a Confederação ressalta que a ampliação do debate acerca das condições de trabalho dos profissionais da saúde se faz urgente e necessária diante dos fatos recorrentes de assistência inadequada e, por vezes, de consequências dramáticas, e visa reforçar a discussão quanto à formação, à qualificação e execução das atividades, abordando todo o ambiente de trabalho.

Mais que reconhecer os erros e/ou julgar os profissionais envolvidos e ainda generalizar para toda a categoria a má atuação de alguns profissionais, a CNTS destacou a necessidade do trabalho conjunto entre governo, parlamento, empregadores e trabalhadores no sentido de refletirem sobre os acontecimentos, buscando corrigir as causas e adoção de medidas de prevenção para o trabalho em saúde, que levem em conta as necessidades e as reais condições em que os trabalhadores da saúde prestam atendimento à população.

“Essa discussão passa pela análise da real situação da saúde no país, pelo sub-financiamento e má gestão do setor, pela degradação das instalações e falta de equipamentos, pela superlotação de pacientes e escassez da mão de obra, pela necessidade de qualificação permanente e continuada, pela adoção de políticas de recursos humanos e de valori zação profissional. Enfim, o debate deve ter como objetivo assegurar o fortalecimento e reorganização do SUS, a recuperação das unidades hospitalares, qualificação profissional, condições dignas de trabalho e, consequentemente, condições para a assistência integral e de qualidade à população brasileira”, ressalta o documento da Confederação.


Fonte ; CNTS
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Enfº Adilton Dorival Leite

Seção de Apoio e Desenvolvimento do Profissional-SADP

Serviço de Recursos Humanos

Hospital da Mulher Prof Dr José Aristodemo Pinotti

CAISM / UNICAMP



F. (19) 3521.8513

E-mail: adilton@unicamp.br

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