domingo, 17 de abril de 2011

Janet Balaskas: "O movimento internacional por mudanças na assistência ao parto"

EVENTO GRATUITO - NÃO PRECISA INSCRIÇÃO

20/04/2011, quarta-feira, 9h30-12h
Faculdade de Saúde Pública da USP
Av. Dr. Arnaldo, 715 - Cerqueira César - São Paulo - SP


"O dia em que Janet disse pela primeira vez 'parto ativo' talvez tenha sido o mais importante da história da obstetrícia na Europa... desde o dia em que o médico francês Mauriceau assumiu o comando desse evento e colocou a mulher para parir deitada." Michel Odent, obstetra francês, na Introdução do livro “Parto Ativo: Guia Prática para o Parto Natural” (1989, Ed. Ground).

Janet Balaskas, educadora perinatal (saúde na gravidez, parto e pós-parto), é a fundadora do movimento internacional pelo Parto Ativo.

Pela primeira vez Janet Balaskas está no Brasil, e virá a São Paulo discutir sobre os movimentos de mulheres pela mudança no parto, em debate promovido pela Universidade de São Paulo.

Reconhecida como um ícone do movimento pela humanização do parto e nascimento, sua visita ao país acontece em boa hora.

Recentemente, a divulgação da pesquisa Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado (Fundação Perseu Abramo, 2010. Disponível emhttp://www.fpa.org.br/sites/default/files/pesquisaintegra.pdf) revelou que 25% das mulheres sofrem algum tipo de violência institucional durante o atendimento ao parto. A violência obstétrica foi mostrada em toda sua crueza e teve grande repercussão na mídia, no meio médico e em órgãos públicos.

Foto de Bia Fioretti

Ao mesmo tempo, a ameaça de fechamento do curso de Obstetrícia da

Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, único no país, levou centenas de mulheres às ruas de São Paulo. Obstetrizes, enfermeiras e ativistas pela humanização do parto manifestaram-se nas ruas contra a recomendação administrativa, e embasaram seus argumentos nas melhores evidências científicas disponíveis, quais sejam: as obstetrizes favorecem o parto fisiológico de mulheres saudáveis, e, comprovadamente, estão associadas aos melhores resultados maternos e

neonatais.


Na próxima quarta-feira, dia 20 de abril, às 9h30, Janet Balaskas estará na Faculdade de Saúde Pública da USP para compartilhar com o público suas boas experiências com o movimento de mulheres em defesa do Parto Ativo. O início desta história nos remete à Londres de 1982, quando cerca de seis mil pessoas foram às ruas contra a imobilização das parturientes no leito, as episiotomias de rotina, e outras intervenções dolorosas e antiquadas. Há quase 30 anos, na Inglaterra, com liderança de Janet Balaskas, o movimento organizado de mulheres conseguiu acabar com práticas obsoletas e agressivas no parto (como o corte da vagina, a proibição de acompanhantes e a imobilização física das mulheres) que ainda atormentam as mulheres brasileiras, fazendo do parto um evento médico doloroso e induzindo-as para a cesárea anestesiada.



Informações:

Janet Balaskas e o Parto Ativo na FSP/­USP – Atividade gratuita

“O movimento internacional por mudanças na assistência ao parto”

20/04/2011, quarta-feira, 9h30-12h

Faculdade de Saúde Pública da USP

Av. Dr. Arnaldo, 715 - Cerqueira César - São Paulo - SP


Realização:

Curso de Obstetrícia da EACH-USP

Associação de Obstetrizes da USP

Faculdade de Saúde Pública da USP

GEMAS – Gênero, Maternidade, Evidências, Saúde (FSP/USP)

Apoio:
Aoba Bebê (Curitiba-PR)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

As razões do COFEN

Podem-se entender as razões do COFEN para tentar eliminar o curso de obstetrizes da USP?

É possível tentar entender os conflitos que observamos nesta questão sem sucumbir aos ape­los sedutores do maniqueísmo?

Eu acredito que sim, desde que entendamos o quê realmente representam estas entidades.

O COFEN, assim como o CFM, são órgãos da corporação. Foram criados para proteger as conquistas destas atividades na sociedade. Mais ainda: são entidades sustentadas pelos com­ponentes desta corporação, que os elegem para proteger seus direitos e privilégios.

Em outras palavras: o COFEN não é um instrumento da sociedade para regular a enferma­gem, tanto quanto o CFM não foi criado pela sociedade para regular e proteger a atividade médica. Estas entidades são órgãos corporativos, que são criações das próprias corporações para defender, respectivamente, a enfermagem e a medicina.

Falando da medicina, que é o que conheço por dentro, quando o CFM condena um médico não o está fazendo para proteger os pacientes, e nem para proteger a excelência e a qualidade dos atendimentos, mas para proteger os MÉDICOS. Para o CFM um mau médico atrapalha a ima­gem que a sociedade tem da medicina e diminui o valor social da corporação. Não cabe ao CFM proteger a população, defender uma medicina baseada e centrada em evidências, melho­rar as condições de saúde das pessoas ou criar espaço para uma medicina mais humanizada. Isto NÃO É a função precípua de um conselho (mesmo que esta seja a idéia vendida para nós). Esta se limita a proteção da medicina, seus pres­supostos éticos, e a defesa do médico. Isso explica, por exemplo, porque o CRM nunca move uma palha para criticar o excesso de cesarianas. Entretanto, médicos que trabalham estritamente dentro dos protocolos da OMS correm perigo, porque agridem os privilé­gios duramente conquistados pela categoria. Ele incomoda sua própria corporação, portanto é herético, não importa que benefício ele possa oferecer aos pacientes.

Vejam bem. Com isso não estou criticando a medicina e nem os conselhos médicos, tanto os CRMs quanto o CFM. Apenas quero mostrar que o trabalho destas instâncias é a prote­ção da medicina e não a proteção dos pacientes. E acho que este trabalho precisa ser feito mesmo, pois que sem ele os médicos ficariam desprotegidos diante de uma sociedade sensaciona­lista e que busca resultados positivos sempre, anestesiada que está por uma cultura que miti­fica a tecnologia e promete a redenção através do acesso a ela.

Com o conselho de enfermagem, e de qualquer outra corporação, ocorre o mesmo.

O COFEN é o "cão de guarda" da enfermagem, e esta visão não é diminutiva; pelo contrário, mostra a verdadeira vocação deste órgão, que procura defender as conquistas e as prerrogati­vas da profissão. Está sempre a postos para defender quando a enfermagem está sob ame­aça. Quando um grupo de profissionais, como as obstetrizes, ameaça os domínios das enfer­meiras, este mecanismo de defesa é automaticamente acionado. É o mesmo efeito observado pelos CRMs em relação às Casas de Parto. O domínio do parto é médico (mesmo que uma enfermeira o realize, um médico será o responsável em última instância), e quando um estabelecimento determina a autonomia das enfermeiras na sua condução o sinal vermelho acende. PERIGO. Elementos estranhos invadem o flanco esquerdo das torres do castelo. Imediatamente é acionado o sis­tema de proteção.

Algumas enfermeiras vivenciam agora o MESMO fenômeno que eu passei quando da luta pela manutenção das Casas de Parto: o constrangimento de lutar por uma visão democrática, aberta e plural para a assistência ao nascimento, ao mesmo tempo em que sua categoria de­saprovava a mesma idéia, preconizando um fechamento exclusivista. É necessária uma visão mais abrangente para se posicionar e para, enfim, lutar.

Ao mesmo tempo em que entendo a posição do COFEN (e também do CFM) eu também percebo que as decisões sobre esta questão devem estar ACIMA das posições parciais destas entida­des. É um gigantesco equívoco confundir a vocação legítima destes conselhos em proteger as suas corporações com a necessidade de proteger a SOCIEDADE. Este necessário resguardo da sociedade cabe aos níveis mais altos da política; são decisões que precisam levar em consideração a complexidade da estrutura social, acima dos desejos e aspirações de grupos. Quando percebemos esta dicotomia, faz-se necessário posicionar-se de forma corajosa e determinada. Se a visão for centrada nas necessidades da sua própria profissão, a escolha pela posição do conselho de enfermagem é natural e coerente. Entretanto, se desejamos o fortalecimento das idéias de humanização do nascimento, o esforço pela manutenção de uma escola de parteria, desvincu­lada das escolas tradicionalmente “medicalizadas” de assistência ao parto (a medicina e a en­fermagem), é a escolha mais sensata e correta.

As obstetrizes incomodam, pela sua liberdade e autonomia, as escolas tradicionais. Entretanto, eu creio que elas podem dar uma enorme contribuição ao debate da assistência ao nascimento humano.

Elas podem virar esse jogo.

Beijos

Ricardo Jones

Apoio da ABENFO-SP

                                                        São Paulo, 23 de março de 2011

Aos associados e interessados,

A Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (ABENFO) é uma entidade que acolhe as duas profissões - obstetrizes e enfermeiros obstetras - conforme assegura a sua denominação, além de enfermeiros que atuam nas áreas de saúde da mulher e do recém-nascido e repudia qualquer manifestação contrária ao Curso de Obstetrícia e seus egressos, ainda que assumidas em caráter pessoal por integrantes de sua Diretoria. Acolher uma parte dos profissionais e renegar outra é uma violação ao Regimento da ABENFO, dado que uma das finalidades centrais da entidade é a defesa de seus associados. Sejam eles obstetrizes ou enfermeiros obstetras.

A ABENFO-SP e ABENFO NACIONAL vem a público relembrar os apoios aos egressos da EACH, prestados ao longo destes anos, como o Editorial em Boletim Informativo da entidade, em março de 2006 (Ano 10, n. 32), onde se destacava a criação do curso, e outro Editorial em junho de 2009 (Ano 13, n. 39), saudando os primeiros formandos e defendendo o trabalho colaborativo. Lembra a participação da associação em eventos realizados pelos alunos da EACH, sempre que solicitada e a participação de membros de sua Diretoria em negociações junto a Secretaria de Estado da Saúde por vagas para os egressos da EACH. E, finalmente, a realização em São Paulo, do III Fórum Nacional de Políticas de atuação de Enfermeiros e Obstetrizes na Assistência à Saúde da Mulher e do Neonato, onde se buscou pacificar o máximo de ABENFOs regionais que fosse possível, em momento tormentoso, onde as resistências aos egressos da EACH ganhavam manifestações vigorosas das ABENFOs de vários estados

(Editorial - Boletim Informativo Ano 13, n. 40, outubro de 2009).

Assim, a ABENFO-SP reafirma seu alinhamento com todas as lutas dos profissionais da saúde e usuários pela qualificação da assistência ao parto e nascimento, seja no aprimoramento de modelos assistenciais mais adequados para a promoção da fisiologia da gestação e parto, seja na busca dos melhores modelos de formação profissional para o parto normal.

Atenciosamente,

A Diretoria

sexta-feira, 1 de abril de 2011

FORÇA Obstetriz, uma essência da profissão.

Sábado, 26 de março o vão livre do MASP (Museu de Arte de São Paulo) ficou pequeno diante do movimentação de pessoas unidas contra o fechamento do curso de Obstetriz da USP. Mães, pais, bebes, professoras, alunas, ONGs, ativistas a favor do parto Humanizado se juntaram pra apoiar a causa. Muitas mulheres pintaram os seios e saíram em passeata, pela a Av. Paulista, mostrando os peitos pra sensibilizar a população da cidade de São Paulo quanto a necessidade de se formar profissionais que trabalhe a favor do parto normal.

Se a manifestação (dia 22/03) na frente da reitoria foi marcada pela tristeza essa foi marcada pela esperança.

Eu, Bia Fioretti, entrevistei a Flavia Estevan, uma das representantes das alunas nas negociações com a universidade (Flavia, precisamos incluir sua foto aqui):


“Só na quinta feira, dia 17 de março, que ficamos sabendo sobre os 2 relatórios apresentados contra o curso de Obstetríz da Each USP, foi então que constatamos que o curso podia realmente fechar, estávamos sentadas lá fora, esperávamos pra conversar com alguns professores e algumas meninas choravam muito. Naquele momento a gente começou a se questionar, Qual seria o sentido de tudo isso? Nós nunca tínhamos discutido porque cada de nós escolheu aquele curso. Perguntávamos umas as outras: Qual o sentido disso? Quais motivos que trouxeram cada uma de nós para o curso de obstetrícia da USP? A resposta foi unânime, cada uma de nós havia tido um sinal, uma intuição, como se fosse um chamado mesmo, falar sobre esse assunto foi muito forte naquele momento…. a gente sentiu que estávamos aqui por causa de uma missão.


E de um dia pra o outro o curso iria acabar?

Como assim a gente não conseguia entender?

Um chamado de vida, é um chamado de vida! As coisas não podiam terminar assim, foi quando a gente se conectou com um propósito maior e um sentimento mais profundo deu animo e força. Eu fui pro laboratório de informática elaborar um abaixo assinado, fizemos as cartas, demos um jeito de conseguir as traduções e nos mobilizamos.


No mesmo momento que víamos que tudo poderia estar pedido nos iniciamos esse movimento, esse sentimento que brotou, que ressurgiu dentro da nós foi essencial.

Todo mundo que esta dentro do curso tem uma história especial e um motivo muito forte para lutar pelo nosso curso de Obstetriz.”


A intuição e a motivação pessoal da Flávia Estevan: “Há alguns anos, eu nem pensava em obstetrícia, uma amiga querida que não conseguia engravidar me perguntou: “Porque eu não consigo a coisa mais natural do mundo? ” Isso me fez questionar que algo tão natural como conceber, gestar e parir é ao mesmo tempo simples e complexo, e eu decidi me dedicar a assistência a saúde da mulheres na sua complexidade para tornar as coisas o mais natural possível.


Pra isso eu procurei o caminho formal, institucional, porém entre eu e a obstetrícia tinha a FUVEST (exame do vestibular), pra conseguir esse objetivo entrei num transe e por três meses estudei tudo que eu podia e eu passei no vestibular, isso já foi um sinal.


A gente está numa universidade! Ao mesmo tempo que a gente está vinculada com lado acadêmico e científico, estamos conectadas ao lado social, político e também a aquele chamado que nos moveu te aqui. Eu comecei a estudar a me dedicar tanto, que nunca tive dúvida do caminho a ser seguido.


Quando começou essa história foi um desencaixe de informação e nós pensamos: a história não é só essa: a gente tem a oportunidade de melhorar a assistência a Saúde da Mulher, a gente já está na universidade, pra nós tudo isso é muito forte.


Nós, nos sentíamos como as 60 privilegiadas de estarmos aqui na USP, numa universidade pública com toda a oportunidade de estar em contato com todas as inovações científicas que ela pode nos oferecer e que também pensa e trabalha a humanização do nascimento desde o início do curso.


Estudar e nos preparar para dar a assistência pra as mulheres é isso que move.


É realmente isso que move! Por isso estamos aqui!”

O movimento de resgate da essência do feminino Mães da Pátria, já entrevistou mais de 900 mulheres no mundo ocidental que se dedicam a humanização do nascimento e já concluiu que a alma, o espírito, a vocação de uma verdadeira parteira (no sentido genérico da palavra, seja ela formal ou tradicional) é universal. Eesse comportamento de superação, esse chamado divino, essa real vocação descrita pela Flavia e pelas suas colegas da USP é uma essência comum entre todas as parteiras que já conheci. Essas alunas tem realmente a alma de parteira, que não se dobram a dificuldade.


É desse tipo de profissional que a nossa sociedade precisa na luta em favor da saúde da mulher.

Todas as mulheres, que se dedicam a Humanização do nascimento, colocam a atenção a outra mulher de maneira incondicional, com conhecimento sobre a fisiologia feminina e a sabedoria de um sacerdócio.

O barulho na Avenida Paulista foi tão grande que saiu no noticiário da Rede Globo, em horario nobre do SP tv em São Paulo.


Se a Força motriz é a força que move, que produz movimento imagine o que pode fazer uma “Força Obstetriz”? ( rssss)

Alunos da faculdade de obstetrícia da USP fazem protesto

Reportagem no SP TV 2ª edição em 26/03/2011


A manifestação foi contra o possível fechamento do curso. Algumas mulheres ficaram de peito à mostra para chamar a atenção. O protesto teve o apoio de mães que tiveram parto normal.
 
Assita no link:
 
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1470143-7823-ALUNOS+DA+FACULDADE+DE+OBSTETRICIA+DA+USP+FAZEM+PROTESTO,00.html

Estudantes protestam contra ameaça de fechamento de curso da USP Leste

No Masp, alunas, parteiras e mães defenderam faculdade de obstetrícia. Universidade propõe fusão do currículo com o curso de enfermagem.
                                  Luna D'Alama  Do G1, 26/03/2011 em São Paulo

Dezenas de alunos do curso de obstetrícia da USP se reuniram no vão livre do Masp Segundo a coordenadora do curso, Nádia Narchi, os professores e alunos são contra essa mudança porque, apesar de profissões “irmãs”, as duas áreas representam paradigmas profissionais diferentes. “Se a gente for diluído na enfermagem, não vamos construir um campo de conhecimento próprio. Não aceitamos essa proposta e queremos que a USP compreenda a importância social e acadêmica da nossa profissão.”

Nádia disse, ainda, que a USP está se dobrando ao Conselho Federal de Enfermagem, que tem dificultado o registro de obstetrizes formadas, também pouco reconhecidas pelo mercado. “Há duas saídas possíveis: a reformulação curricular ou a contestação judicial, mas a USP optou pela saída covarde, de atender ao conselho”, afirmou a coordenadora.

Atualmente, o curso de obstetrícia da USP Leste, que pertence à Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), tem cinco turmas de 60 alunos cada e duas já formadas. A graduação tem uma duração de quatro anos e meio e, em 1974, já sofreu com a extinção e a fusão à enfermagem – ressurgindo em 2004. A estudante Jéssica Nascimento, do terceiro ano, afirmou que a universidade quer reduzir 330 das 1.020 existentes nos dez cursos do campus. “A enfermagem não tem estrutura para nos abrigar”, avaliou.


Para a aluna Flávia Estevan, também do terceiro ano, "a faculdade surgiu como um pedido de movimentos sociais para atender à demanda brasileira de partos normais e para reduzir o número de cesarianas”.

De acordo com ela, o objetivo é acabar com a “fábrica de cesáreas”, já que 90% dos partos na rede privada do país e 50% do Sistema Único de Saúde (SUS) são desse tipo, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda no máximo 15% nos dois sistemas juntos. “Hoje, o médico é o protagonista e a mulher passa por uma cirurgia. Gravidez não é doença”, destacou Flávia.

A enfermeira obstetra Vilma Nishi, que atua há 35 anos com partos humanizados e já fez mais de 700 em residências, acha que enfermeiros e obstetrizes devem unir forças, porque a figura mais importante dessa história é a mulher. “Nunca vi a USP fechar um curso”, lamentou.

Alckmin defende manutenção de curso de obstetrícia na USP LesteSegundo a administradora Priscila Ariani, mãe de Francisco, de 3 anos e meio, e Arthur, de 9 meses (o primeiro nasceu de cesariana e o segundo, de parto normal em casa), a cesárea é uma invasão e uma falta de respeito ao momento mais especial na vida de uma mulher. “O médico vem com um suposto saber, o bebê é retirado de você, fica no seu colo por 2 minutos e depois preciso me recuperar da anestesia”, disse. Priscila acredita que o médico entende o parto como um procedimento cirúrgico, não como o nascimento de um filho.

Em comunicado, a direção da universidade diz que “a avaliação permanente da graduação e a revisão dos cursos da EACH é absolutamente natural, indo de encontro às demandas sociais, científicas e tecnológicas da sociedade”. “A principal preocupação é com os egressos e com os alunos que estão cursando obstetrícia. Se for necessária outra reformulação do curso, ela será feita”, afirmou Telma Zorn, pró-reitora de graduação.

Coordenador da USP deixa Assembleia sem falar após intimidação

Representante da diretoria foi provocado, vaiado e saiu escoltado de audiência pública. Ao iG, disse que é contra fim de curso

                                    Cinthia Rodrigues, iG São Paulo - em 24/03/2011

O evento foi agendado pelo deputado Carlos Gianazzi (Psol) para debater recentes demissões e gastos com compra de imóveis na USP. Com a divulgação na semana passada do relatório que prevê o fechamento de 330 das 1.020 vagas da USP Leste e o fim do curso de Obstetrícia, ganhou o apoio dos estudantes.

O convite oficial para prestar esclarecimentos foi feito ao reitor, José Grandino Rodas, que não compareceu. Costa foi convidado paralelamente pelo deputado por telefone e aceitou. “Na terça-feira liguei para o reitor e avisei que iria. Ele disse que não compareceria, mas que não via problemas na minha presença”, conta.

Último chamado a compor a mesa da audiência, o coordenador foi muito vaiado. Por cerca de duas horas, representantes dos professores, funcionários e alunos se alternaram ao microfone com deputados que pediam a saída de Rodas. “O nosso objetivo aqui é um só: rodar o Rodas. Ele não tem moral para continuar reitor”, disse o diretor do sindicato dos funcionários, Magno Carvalho. O presidente da associação dos docentes da USP (ADUSP), João Zanetic, disse que não respeita o reitor “nem como acadêmico, nem como colega”.

A provocação ao representante da direção começou enquanto uma das funcionárias demitidas pela USP em janeiro fazia um pronunciamento. Atrás de uma pilastra, uma mulher cutucou o ombro de Costa. “Você não tem nada que estar aqui, pau mandado”, disse a mulher que assumiu à reportagem do iG a intenção de provocar o representante da universidade, mas não quis se identificar. “Estou aqui porque fui convidado, a senhora não tem o direito de me agredir”, respondeu o Coordenador de Relações Institucionais.

Em seguida, um outro rapaz se dirigiu a Costa, que pediu a ele que falasse ao ouvido por causa do barulho. “Você não tem que falar nada, tem que ficar com o ouvido doendo e só”, afirmou o jovem em volume suficiente para a reportagem que estava a um metro de distância escutar. Costa, imediatamente, fechou a pasta e saiu. “Agora vocês expliquem no microfone porque eu não vou falar nada.”

Ninguém esclareceu, e os estudantes cercaram o coordenador na saída aos gritos de “covarde”. Foi preciso que policiais militares o escoltassem até uma escada.

Por telefone, Costa afirmou que também já foi presidente da ADUSP e entende as manifestações. “Eu fui um dos que defendi a criação da USP Leste e o curso de Obstetrícia, eu ia lá conversar com a comunidade. Até em reunião em igreja eu fui. Não mudei de ideia de 2004 para cá, sou contra o fechamento da carreira”, disse.

Na época da criação do campus, o atual coordenador de Relações Internacionais era prefeito da Cidade Universitária. Para ele, a comissão que fez o relatório sugerindo o fechamento de vagas errou. “Primeiro por não ter representante de obstetrícia, segundo por não ter debatido a questão e, terceiro, por ter divulgado antes de conversar com os interessados”.

Costa acredita que a união provocada pelo documento entre professores, funcionários e estudantes ainda terá consequências maiores. “A USP Leste é um projeto social, qualquer coisa que se faz lá tem repercussão. O que vimos hoje na Assembleia é um tsunami. A mobilização dos alunos é impressionante

Governador promete ajuda contra fechamento de curso da USP Leste

Alckmin se reuniu com alunas de obstetrícia que foram a evento pedir apoio contra fim da carreira e corte de vagas

                                   Cinthia Rodrigues, iG São Paulo - em 23/03/2011
Um grupo de alunas de obstetrícia da Universidade de São Paulo (USP) que protestam contra o possível fechamento do curso foi recebido na manhã desta quarta-feira pelo governador Geraldo Alckmin. Elas aproveitaram um evento com a presença do político na zona leste, onde fica o campus em que estudam, para chamar atenção do governante e acabaram atendidas pessoalmente.


Na semana passada foi divulgado um relatório que sugere o fechamento de 330 das 1.020 vagas da USP Leste e a fusão de obstetrícia com enfermagem encerrando a carreira. Desde então, as estudantes fizeram protestos na unidade, em frente a reitoria da instituição e, nesta quarta-feira, na porta de uma unidade da polícia militar visitada por Alckmin para anúncio de mudanças no sistema de boletins de ocorrência.


Logo que o governador chegou, a assessoria procurou uma representante do grupo e avisou que ele as atenderia ao final do evento. Nove alunas se reuniram com Alckmin e explicaram que o curso estava ameaçado. “Ele disse que é simpático a nossa causa e entende a importância da carreira para o parto humanizado”, contou a aluna, Mariana Gervásio. “Ele ficou bastante sério, pediu contatos da coordenadora e prometeu ajudar”, diz a colega Thaís Peloggia.

Segundo elas, assim que começou a ouvir as reclamações, Alckmin pediu a um dos assessores que ligasse para o reitor, João Grandino Rodas, mas o celular estava desligado. Ele prometeu então, avaliar o que poderia fazer. A assessoria do governador confirmou que ele se dispôs a "estudar as reivindicações".

Nesta quinta, o grupo pretende comparecer a uma audiência pública na Assembléia Legislativa que aguarda a presença do reitor para falar sobre questionamentos em relação à universidade. Outra reunião sobre o curso de obstetrícia foi marcada para a próxima segunda-feira com o Conselho Regional de Enfermagem (COREN), órgão que emite a certificação das obstetrizes formadas. Embora a regional já tenha dado algumas carteirinhas, o Conselho de Enfermagem Nacional (COFEN) emitiu parecer contra a prática.


A sugestão de cortes

O relatório que gerou os protestos foi feito pelo ex-reitor da USP Leste Adolpho Melfi e um grupo de professores tanto da unidade quanto de outros departamentos. O documento revisa os cursos da USP Leste conforme a demanda e sugere o fechamento de pelo menos 10 vagas em cada um dos cursos para aumentar a concorrência no vestibular. No caso de obstetrícia a sugestão é a fusão com o curso de enfermagem, que fica em Pinheiros.

Obstetrícia da USP protesta contra fechamento do curso

Com barrigas de bexiga e bebês de verdade nascidos com auxílio de obstetrizes, alunos e professores tentam sensibilizar reitoria

                                      Cinthia Rodrigues, iG São Paulo - em 22/03/2011

Um grupo de cerca de 150 pessoas protestou contra o fim do curso de obstetrícia da Universidade de São Paulo (USP) em frente à reitoria da instituição com barrigas de bexiga, bonecos e bebês de verdade. Eles tentam evitar o fim da carreira com a fusão da única graduação que forma parteiras do Brasil.
 
Na semana passada, um relatório final de um grupo de trabalho chefiado pelo ex-reitor da instituição, Adolpho Melfi, propôs o fechamento de 330 das 1.020 vagas atuais da USP Leste. O curso de Obstetrícia seria o mais afetado com a passagem das 60 vagas atuais para a Escola de Enfermagem, em Pinheiros.

De acordo com os autores do relatório, esta seria a solução por conta da falta de reconhecimento do profissional obstetriz pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) que deveria certificar os formados. Por enquanto, apenas ex-alunos que recorreram à justiça conseguiram uma liminar na regional de São Paulo.


Viemos para a frente da reitoria porque parece que eles não tem clareza de que este relatório foi feito sem a nossa participação”, disse a professora Ruth Osava. O documento diz que todos as sugestões foram dadas com base em reuniões com representantes de todos os cursos, mas segundo a docente, foi perguntado a eles apenas se havia algum problema. “Quando dissemos que havia essa pendência com o COFEN, era no sentido de buscarmos solução, jamais de fechar o curso que foi criado por uma necessidade do sistema de saúde brasileiro”, afirma.

A função seria a de humanizar o parto. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o recomendável é que apenas os 15% de partos que apresentam riscos à mulher ou à criança, sejam cesarianas. No Brasil, no entanto, 45% dos nascimentos na rede pública e até 90% na particular são cesáreas. Para as obstetrizes, a falta da parteira envia muitas mulheres para a sala de cirurgia desnecessariamente.

Se eles fecharem o curso, estarão cometendo um erro histórico para a saúde da mulher brasileira”, disse a aluna Flavia Estevan, uma das que participou de uma reunião com o diretor da USP Leste, Jorge Boueri, e outra com a pró-reitora de Graduação da USP, Telma Zorn, sobre o relatório. “As decisões estão mais adiantadas do que parece”, lamentou.

Obstetrícia pode não estar no vestibular

Segundo ela, a pró-reitora reforçou que o relatório não era definitivo e teria dito que ainda não o leu, porém, soube que o COFEN emitiu parecer contra a certificação das obstetrizes. “Ela disse que estuda não incluir o curso no vestibular como forma de sinalizar para o COFEN que cedeu. Para mim, isso se chama jogar a toalha”, afirmou Flavia.

Chorando durante boa parte do protesto sua xará, Flávia Chiamba, aluna do 5º ano disse que as lágrimas eram pelas mães que não teriam direito a um parto humanizado se o curso fosse fechado. “É por mim, pelo curso, mas por todas as mulheres.”

Também participaram alunos de outras áreas e profissionais como a enfermeira obstetra Adriana Caroci, que foi à manifestação com o filho Felipe, nascido em casa com a ajuda de uma obstetriz há 6 meses. Ela conta que sempre quis ser parteira, mas como não havia o curso de obstetrícia, optou por enfermagem e só depois se especializou. “Foi injusto comigo ter que ver muito conteúdo que não era o que sempre busquei para só depois fazer um ano do que queria trabalhar. Também é injusto com as gestantes porque na especialização acompanhamos partos por algumas semanas enquanto na graduação, as alunas têm três semestres de acompanhamento de parto. É uma preparação muito maior”, disse.


Mais protestos e abaixo assinado

A estudante de Gestão de Políticas Públicas e diretora do Diretório Central Estudantil, Mayara Ferreira disse que os protestos continuarão durante toda a semana. Na quarta, uma assembleia debaterá o tema na USP Leste e na quinta um grupo pretende ir a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, onde o reitor da USP, João Grandino Rodas, foi chamado a falar sobre outros questionamentos da universidade, como a recente demissão de funcionários.

Vamos fazer isso com obstetrícia e com todos os cursos prejudicados”, disse. Deputados do PT receberam um grupo de alunos e já falam na criação de uma comissão só para tratar do assunto. Pela internet, um grupo mantém um abaixo-assinado online pela manutenção de obstetrícia que nesta terça-feira já contava mais de 5 mil assinaturas.

A diretoria da USP Leste informou que se reuniu com o COREN na segunda-feira e agendou para a próxima semana um encontro na sede da entidade com a presença de representantes de alunos, professores e o assessor técnico do conselho que também é pesidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, Francisco Cordão.

A professora Elizabete Franco Cruz, penúltima a falar, disse que é favorável ao diálogo com o COFEN, mas não permitirá o questionamento da competência das obstetrizes. “Se alguém tiver dúvida disso, eu venho aqui dar uma aula em público para provar.”

Ninguém da reitoria deu atenção à manifestação que também não gerou conflitos. O último recado: “Pessoal, agora vamos marchar, dêem uma olhada se não ficou nenhuma bexiga estourada no chão”.

USP Leste: alunos e docentes reclamam de fechamento de vagas

Conclusão de grupo de trabalho que revisou cursos da unidade sugere o corte de até 330 das 1.020 vagas atuais da unidade

Cinthia Rodrigues, iG São Paulo - em 18/03/2011
 
Alunos e professores do campus Leste da Universidade de São Paulo (USP) foram surpreendidos pela notícia de que 330 das 1.020 vagas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Each) podem ser fechadas. Conforme o iG antecipou na quinta-feira, um grupo de trabalho que revisou os cursos sugere redução de alunos em todas as áreas.


O relatório é a conclusão de um trabalho iniciado em junho de 2010 e realizado pelo ex-reitor da universidade Adolpho José Melfi, além de professores da unidade e de outros departamentos da instituição. Na tarde desta sexta-feira, a direção da unidade enviou por email a todos os alunos e professores cópia do relatório com uma mensagem da direção.

Segundo o boletim online, o grupo se reuniu 11 vezes antes de concluir a sugestão do fechamento de pelo menos 10 vagas em cada curso, até 80 em alguns casos e a fusão em outro (veja tabela abaixo). Embora no relatório, a ênfase seja a redução de vagas para aumentar a concorrência e a qualidade dos estudantes, a mensagem da diretoria enfoca a falta de espaço físico para atender aos cursos atuais e diz que a proposta ainda será debatida. “Este relatório será debatido primeiramente entre Comissão de Graduação, os Coordenadores de Curso e a Direção”, diz a edição especial do boletim “Direto da Direção”.

O informativo dá especial atenção ao curso de Obstetrícia, que segundo sugestão do relatório, passaria a fazer parte de Enfermagem, que fica em Pinheiros. “A Each não se furtará em promover novos ajustes na estrutura curricular do curso de Obstetrícia e poderá, ouvindo o conjunto de sugestões pertinentes, adequar algumas disciplinas de modo a contemplar o estudo do ser humano com conteúdos gerais, mais próximos aos cursos de enfermagem tradicionais, o que poderá levar à mudança na sua denominação”, diz o comunicado do diretor José Boueri.

Protesto e perplexidade

Professores da USP Leste contam que souberam da proposta de corte de vagas pelo iG. “Estamos perplexos”, diz a professora Jaqueline Brigagão, de Obstetrícia. Segundo ela, os alunos leram a reportagem e cobraram respostas desde a primeira aula da manhã desta sexta, mas apenas alguns dos docentes haviam recebido o relatório na noite anterior. “Não pudemos ler e debater nada ainda, não concordamos com esta visão baseada na demanda do curso e queremos frisar a importância da carreira para humanizar o parto no Brasil, como acontece nos países mais desenvolvidos do mundo”, afirmou.

Thomás Haddad, coordenador do curso de Licenciatura em Ciências Naturais, que pode perder 80 das atuais 120 vagas e passar a funcionar apenas em um período, disse que haverá uma reunião na próxima semana para definir o posicionamento dos professores. “O que posso lhe adiantar é que a maioria dos colegas que já se manifestaram considera o corte grande demais, especialmente a supressão de todo o período matutino do curso.”

Estudantes e ex-alunos fizeram uma manifestação contra a conclusão que pede o fechamento das vagas. Segundo o membro da Associação de Obstetrízes da USP e ex-aluno do curso, Marcel Robledo Queiroz, em reunião com os docentes foram encontrados erros no documento. “O que eles sugerem de mudanças nas disciplinas já existe, não sei de onde tiraram algumas informações.”

A direção da Each enviou um comunicado oficial em que explica por que o grupo foi montado e diz que a instituição "Não pode se furtar de suas responsabilidades".

USP Leste pode fechar mais de 300 vagas

Grupo de trabalho composto por direção e professores do campus sugere redução das vagas para aumentar nota de corte no vestibular
                                                           Cinthia Rodrigues e Tatiana Klix, iG São Paulo em 17/03/2011
Inaugurado em 2005, o campus Leste da Universidade de São Paulo (USP) pode perder até 330 das 1.020 vagas oferecidas atualmente. O iG teve acesso ao relatório de conclusão do grupo de trabalho da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Each) que estudou a revisão dos cursos da unidade por conta de baixa demanda. A proposta pede a diminuição de pelo menos 10 vagas em cada carreira.

Segundo o relatório, as salas de aula da unidade foram feitas inicialmente para atender turmas de 50 alunos, mas os vestibulares ofertaram 60 vagas por ano em cada uma e, com as repetências, há algumas turmas com 65 a 70 estudantes, o que comprometeria o aprendizado. Além disso, seguindo as diretrizes apontadas pela reitoria da USP no ano passado, todos os cursos com baixa demanda foram reavaliados e, em alguns casos, a sugestão é que as vagas sejam reduzidas de 120 para 40.

O relatório também aponta a intenção de tornar a seleção mais rigorosa: “Esta redução sugerida teria um efeito imediato no aumento da relação candidato-vaga, já que a procura por alguns dos cursos da EACH é bastante reduzida. Enfim, de modo geral, teríamos um aumento na nota de corte e, certamente, uma elevação na qualidade dos alunos ingressantes, algo desejado por toda a universidade”, diz o documento assinado por um grupo de trabalho formado pelo ex-reitor da instituição durante a criação da USP Leste, Adolpho José Melfi, e professores tanto da EACH quanto de outras unidades.

Em alguns cursos a redução de vagas seria bem maior. A proposta é reduzir pela metade as 60 vagas de Ciências da Atividade Física, de 120 para 80 as de Gestão Ambiental e cortar uma turma de Licenciatura de Ciências da Natureza, reduzindo de 120 para 40 ou 50 vagas. O pior caso seria o de Obstetrícia que poderia ser fundido com o curso da Escola de Enfermagem, perdendo todas as 60 vagas atuais.


Novos Cursos

Em contrapartida seriam criados mais dois cursos com 30 vagas cada. Um deles, o de Mídias Digitais, já está aprovado pelo Conselho Universitário e outro, de Design de Serviços, foi sugerido pelo diretor da USP Leste, Jorge Boueri, em 2010.

O relatório pede ainda transparência na função dos docentes e a revisão de disciplinas optativas que estaria formando turmas muito pequenas. “Uma situação que chamou a atenção é a existência de um curso onde havia 11 alunos matriculados em uma disciplina, com 29 docentes arrolados e todos com igual atribuição de atividade didática”, diz o relatório.

A direção da instituição não quis comentar o relatório. Segundo a assessoria, as sugestões serão agora apresentadas aos coordenadores dos cursos e ainda podem sofrer mudanças antes de serem enviadas à reitoria. No ano passado, a USP lançou novas diretrizes para criação de cursos que pediam a revisão de carreiras com baixa demanda.

Cursos existentes vagas atuais corte de vagas como ficaria

Ciências da Atividade Física 60; 30; 30

Gestão Ambiental 120; 40; 80;

Gerontologia 60; 10; 50

Gestão de Políticas Públicas 120; 20; 100

Licenciatura em Ciências da Natureza 120; 80; 40

Lazer e Turismo 120; 20; 100*

Marketing 120; 20; 100

Obstetrícia 60; 60; 0**

Sistema de Informação 180; 30; 150

Têxtil e Moda 60; 20; 40

Total 1.020; 330; 690

Novos cursos

Mídias Digitais 30

Design de Serviços 30

** curso se fundiria com o de enfermagem; *se a baixa procura persistir, uma turma seria extinta e mais 50 vagas seriam cortadas;