sexta-feira, 1 de abril de 2011

FORÇA Obstetriz, uma essência da profissão.

Sábado, 26 de março o vão livre do MASP (Museu de Arte de São Paulo) ficou pequeno diante do movimentação de pessoas unidas contra o fechamento do curso de Obstetriz da USP. Mães, pais, bebes, professoras, alunas, ONGs, ativistas a favor do parto Humanizado se juntaram pra apoiar a causa. Muitas mulheres pintaram os seios e saíram em passeata, pela a Av. Paulista, mostrando os peitos pra sensibilizar a população da cidade de São Paulo quanto a necessidade de se formar profissionais que trabalhe a favor do parto normal.

Se a manifestação (dia 22/03) na frente da reitoria foi marcada pela tristeza essa foi marcada pela esperança.

Eu, Bia Fioretti, entrevistei a Flavia Estevan, uma das representantes das alunas nas negociações com a universidade (Flavia, precisamos incluir sua foto aqui):


“Só na quinta feira, dia 17 de março, que ficamos sabendo sobre os 2 relatórios apresentados contra o curso de Obstetríz da Each USP, foi então que constatamos que o curso podia realmente fechar, estávamos sentadas lá fora, esperávamos pra conversar com alguns professores e algumas meninas choravam muito. Naquele momento a gente começou a se questionar, Qual seria o sentido de tudo isso? Nós nunca tínhamos discutido porque cada de nós escolheu aquele curso. Perguntávamos umas as outras: Qual o sentido disso? Quais motivos que trouxeram cada uma de nós para o curso de obstetrícia da USP? A resposta foi unânime, cada uma de nós havia tido um sinal, uma intuição, como se fosse um chamado mesmo, falar sobre esse assunto foi muito forte naquele momento…. a gente sentiu que estávamos aqui por causa de uma missão.


E de um dia pra o outro o curso iria acabar?

Como assim a gente não conseguia entender?

Um chamado de vida, é um chamado de vida! As coisas não podiam terminar assim, foi quando a gente se conectou com um propósito maior e um sentimento mais profundo deu animo e força. Eu fui pro laboratório de informática elaborar um abaixo assinado, fizemos as cartas, demos um jeito de conseguir as traduções e nos mobilizamos.


No mesmo momento que víamos que tudo poderia estar pedido nos iniciamos esse movimento, esse sentimento que brotou, que ressurgiu dentro da nós foi essencial.

Todo mundo que esta dentro do curso tem uma história especial e um motivo muito forte para lutar pelo nosso curso de Obstetriz.”


A intuição e a motivação pessoal da Flávia Estevan: “Há alguns anos, eu nem pensava em obstetrícia, uma amiga querida que não conseguia engravidar me perguntou: “Porque eu não consigo a coisa mais natural do mundo? ” Isso me fez questionar que algo tão natural como conceber, gestar e parir é ao mesmo tempo simples e complexo, e eu decidi me dedicar a assistência a saúde da mulheres na sua complexidade para tornar as coisas o mais natural possível.


Pra isso eu procurei o caminho formal, institucional, porém entre eu e a obstetrícia tinha a FUVEST (exame do vestibular), pra conseguir esse objetivo entrei num transe e por três meses estudei tudo que eu podia e eu passei no vestibular, isso já foi um sinal.


A gente está numa universidade! Ao mesmo tempo que a gente está vinculada com lado acadêmico e científico, estamos conectadas ao lado social, político e também a aquele chamado que nos moveu te aqui. Eu comecei a estudar a me dedicar tanto, que nunca tive dúvida do caminho a ser seguido.


Quando começou essa história foi um desencaixe de informação e nós pensamos: a história não é só essa: a gente tem a oportunidade de melhorar a assistência a Saúde da Mulher, a gente já está na universidade, pra nós tudo isso é muito forte.


Nós, nos sentíamos como as 60 privilegiadas de estarmos aqui na USP, numa universidade pública com toda a oportunidade de estar em contato com todas as inovações científicas que ela pode nos oferecer e que também pensa e trabalha a humanização do nascimento desde o início do curso.


Estudar e nos preparar para dar a assistência pra as mulheres é isso que move.


É realmente isso que move! Por isso estamos aqui!”

O movimento de resgate da essência do feminino Mães da Pátria, já entrevistou mais de 900 mulheres no mundo ocidental que se dedicam a humanização do nascimento e já concluiu que a alma, o espírito, a vocação de uma verdadeira parteira (no sentido genérico da palavra, seja ela formal ou tradicional) é universal. Eesse comportamento de superação, esse chamado divino, essa real vocação descrita pela Flavia e pelas suas colegas da USP é uma essência comum entre todas as parteiras que já conheci. Essas alunas tem realmente a alma de parteira, que não se dobram a dificuldade.


É desse tipo de profissional que a nossa sociedade precisa na luta em favor da saúde da mulher.

Todas as mulheres, que se dedicam a Humanização do nascimento, colocam a atenção a outra mulher de maneira incondicional, com conhecimento sobre a fisiologia feminina e a sabedoria de um sacerdócio.

O barulho na Avenida Paulista foi tão grande que saiu no noticiário da Rede Globo, em horario nobre do SP tv em São Paulo.


Se a Força motriz é a força que move, que produz movimento imagine o que pode fazer uma “Força Obstetriz”? ( rssss)

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